Vacinação em queda deixa 3 em cada 10 crianças brasileiras em risco
Da Redação
27 de abril de 2022(atualizado 28/12/2023 às 22h28)Unicef, fundo que faz parte das Nações Unidas, faz alerta para país reverter a redução da cobertura vacinal de doenças potencialmente fatais, como sarampo e poliomielite
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Vacinação infantil apresentou queda no Brasil nos últimos anos
Três em cada dez crianças brasileiras não receberam vacinas necessárias para protegê-las de doenças potencialmente fatais, alertou a Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) nesta quarta-feira (27). Para chegar à conclusão, a organização usou dados do PNI (Programa Nacional de Imunizações), do Ministério da Saúde, coletados até dia 5 de abril de 2022.
Segundo a Unicef, em um intervalo de apenas três anos a cobertura de vacinação contra sarampo, caxumba e rubéola (Tríplice Viral D1) no Brasil, que era de 93,1% em 2019, caiu para 71,49%, em 2021. No mesmo período, também houve queda de quase 20 pontos percentuais na quantidade de crianças que receberam a vacina contra a poliomielite – foram 84,2% em 2019, e 67,7% em 2021.
“Na primeira infância, crianças recebem imunização contra, pelo menos, 17 doenças. O declínio nas taxas de vacinação coloca milhões de crianças e adolescentes em risco de doenças perigosas, e evitáveis”, disse Stephanie Amaral, oficial de Saúde do Unicef no Brasil.
De acordo com a Unicef, a pandemia de covid-19 foi um fator determinante para intensificar a queda da vacinação entre crianças, iniciada anos antes . “No Brasil, a vacinação de rotina para crianças menores de 5 anos vinha sofrendo quedas desde 2015. E a pandemia certamente contribuiu ainda mais para o agravamento do problema. Para reverter esse cenário, é fundamental fortalecer os programas de imunização e os sistemas de saúde, e incentivar famílias a vacinar as crianças”, complementou Amaral.
De acordo com especialistas da área de saúde, a diminuição da cobertura vacinal está paradoxalmente relacionada ao sucesso das iniciativas de imunização do país. Há toda uma geração que não teve de lidar com surtos que a maioria das vacinas do PNI previne, então essas pessoas deixam de vacinar as crianças. O c rescimento de grupos antivacina e notícias falsas sobre o tema também atrapalha. O caso do sarampo é um dos que mais preocupam: depois de receber em 2016 o certificado de eliminação da doença, o Brasil retrocedeu, e perdeu o certificado em 2019. Desde então, 40 mil casos foram confirmados, com 40 mortes. Metade desses óbitos ocorreu entre crianças com menos de cinco anos.
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