Amazônia tem maior número de queimadas em maio desde 2004
Da Redação
03 de junho de 2022(atualizado 28/12/2023 às 22h32)Salto em 2022 foi de 96% em relação ao mesmo mês em 2021. Dados divulgados pelo Inpe também apontam recorde na quantidade de focos de incêndio no Cerrado
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Foco de incêndio na floresta amazônica
A Amazônia brasileira registrou a maior quantidade de focos de incêndio no mês de maio desde 2004, segundo dados oficiais divulgados na quarta-feira (1º) pelo Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), que monitora a situação do bioma por meio de satélites. O levantamento do órgão também aponta que o Cerrado teve um recorde no número de queimadas nesse período do ano desde o início da série histórica, em junho de 1998.
Ao todo, foram registradas 2.287 queimadas na Amazônia em maio de 2022, o que representa um salto de 96% em relação ao mesmo mês de 2021, quando houve 1.166 focos de incêndio. Desde que o Inpe começou as medições, apenas em maio de 2004, quando houve 3.131 incêndios, o número foi maior. Quando levado em consideração o recorte dos primeiros cinco meses do ano, em 2022 houve 4.971 queimadas— um crescimento de 22% em relação ao mesmo período de 2021.
Os dados apresentados pelo Inpe endossam o relatório publicado em fevereiro pelo Ipam (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia), que constatou aumento no desmatamento do bioma amazônico durante o governo Bolsonaro. Essa situação é, segundo o instituto, reflexo do enfraquecimento dos órgãos responsáveis pela fiscalização e da falta de medidas coercitivas, como prisão e multa, além do relaxamento das leis ambientais nesse período.
Já o Cerrado teve uma alta de 35% nos focos de incêndio na comparação entre maio de 2022 e o mesmo mês de 2021. O número subiu de 2.649 para 3.578 focos. Nos cinco primeiros meses de 2022, o Cerrado teve 6.630 focos de incêndio, contra 5.387 no mesmo período do ano anterior.
As queimadas nos outros quatro biomas brasileiros durante o mês de maio também foram monitoradas pelo Inpe via satélite. O número de focos de incêndio caiu na Caatinga (24%), no Pampa (91%) e na Mata Atlântica (48%) entre maio de 2021 e maio de 2022, mas aumentaram no Pantanal (313%).
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