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Bolsonaro diz que governo faz ‘busca incansável’ por desaparecidos

Da Redação

10 de junho de 2022(atualizado 28/12/2023 às 22h32)

Depoimento do presidente na Cúpula das Américas contradiz cobranças de entidade indígena e da ONU. Governo federal vem sendo pressionado a elucidar o sumiço de jornalista e indigenista na Amazônia

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FOTO: LAUREN JUSTICE/REUTERS – 10.JUN2022

Presidente Jair Bolsonaro na Cúpula das Américas, nos Estados Unidos

Presidente Jair Bolsonaro na Cúpula das Américas, nos Estados Unidos

O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta sexta-feira (10) que o governo brasileiro está fazendo uma“busca incansável” pelo jornalista britânico Dom Phillips e pelo indigenista brasileiro Bruno Pereira. A declaração foi feita no discurso de Bolsonaro na Cúpula das Américas, nos Estados Unidos. A dupla desapareceu no domingo (5), na região do Vale do Javari, na Amazônia.

Desde o último domingo, quando tivemos informação que dois cidadãos – um britânico, Dom Phillips, e um brasileiro, Bruno Araújo – desapareceram na região do Vale do Javari, desde o primeiro momento, naquele mesmo domingo, nossas Forças Armadas e a Polícia Federal têm se destacado na busca incansável da localização dessas pessoas. Pedimos a Deus que sejam encontrados com vida , afirmou o presidente. Ele discursou durante a segunda plenária dos chefes de Estado da cúpula, momento em que cada líder aborda livremente os temas que deseja destacar. Mais de 30 delegações representam os países do continente no evento.

O governo brasileiro tem sido alvo de pressão internacional para dedicar mais recursos e ampliar os esforços nas buscas por Phillips e Pereira.A demora para o início das buscas a dupla foi alvo de críticas da porta-voz da agência da ONU, Ravina Shamdasani, nesta sexta-feira. A Apib (Articulação dos Povos Indígenas do Brasil) apresentou uma petição ao Supremo Tribunal Federal em que afirma que o governo não está fazendo o suficiente para localizar o jornalista e o indigenista.

A entidade apontou que as aeronaves disponíveis “não foram utilizadas com eficiência e celeridade nas ações fluviais e terrestres” e que o número de embarcações e de agentes públicos que atuam nas buscas é reduzido, o que “torna o trabalho demorado, incompleto e insuficiente”. Segundo informações da Univaja (União dos Povos Indígenas do Vale do Javari), o indigenista vinha recebendo ameaças constantes de pescadores, madeireiros e garimpeiros que atuam na região de forma ilegal.

Também nesta sexta-feira, o ministro Luís Roberto Barroso, do STF (Supremo Tribunal Federal), mandou o governo federal adotar imediatamente “todas as providências necessárias” para a localização da dupla. O ministro determinou também que sejam adotadas “todas as medidas necessárias” para garantir a segurança na região. Barroso estabeleceu um prazo de até cinco dias para o governo apresentar um relatório com as providências executadas para o cumprimento da decisão.

Na última quarta-feira (8), o pescador Amarildo da Costa de Oliveira, conhecido como Pelado, suspeito de estar envolvido no desaparecimento, foi preso . Testemunhas o viram perseguindo Pereira e Phillips no domingo. Até o momento, ele nega envolvimento no caso, mas teve prisão temporária decretada após a perícia constatar vestígios de sangue na embarcação usada por ele.

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