FOTO: REPRODUÇÃO/YOUTUBE JAIR BOLSONARO

O YouTube tirou do ar na segunda-feira (18) o vídeo de uma live de Jair Bolsonaro, transmitida em 29 de julho de 2021, na qual o presidente fez afirmações sem fundamento para tentar colocar em xeque a segurança das urnas eletrônicas. Embora a gravação tenha sido retirada do canal do presidente, ao menos até a manhã desta terça-feira (19) ela ainda estava disponível em outros canais da plataforma, somando mais de 2 milhões de visualizações.

Na ocasião, Bolsonaro distorceu as informações de um inquérito de 2018 da Polícia Federal sobre um ataque ao sistema do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), órgão responsável pelas eleições. No encontro com embaixadores realizado na segunda-feira (18) no Palácio da Alvorada, em Brasília, ele usou esse mesmo inquérito para, mais uma vez, atacar sem provas as urnas eletrônicas e contestar a legitimidade do processo eleitoral brasileiro. O evento foi transmitido pela TV Brasil e por veículos jornalísticos que divulgaram o vídeo na íntegra .

O YouTube, que desde março adota medidas para combater fake news sobre as eleições, avalia se também vai derrubar o vídeo do encontro com embaixadores.No evento, Bolsonaro voltou a criticar os ministros do Supremo Tribunal Federal Edson Fachin, que atualmente é presidente do TSE, Alexandre de Moraes, que vai assumir o comando do tribunal eleitoral em agosto, e Luís Roberto Barroso, que presidia a corte antes de Fachin. Bolsonaro, que conta com o apoio de integrantes das Forças Armadas em sua investida golpista contra o sistema eleitoral, sugeriu que eles favorecem o seu principal adversário no pleito de 2022, o ex-presidente petista Luiz Inácio Lula da Silva, que lidera as pesquisas de intenção de votos.

As afirmações de Bolsonaro sobre as urnas já haviam sido desmentidas pelo TSE na época em que ocorreu a live de julho de 2021. Mesmo assim, a Secretaria de Comunicação do tribunal respondeu a 20 declarações infundadas do presidente dadas no encontro com os embaixadores, mostrando mais uma vez que a segurança do sistema eletrônico de votação não foi violada.

Essa não é a primeira vez que o YouTube retira uma live de Bolsonaro do ar por conta da propagação de informações falsas. Isso já ocorreu em outras ocasiões, como em outubro de 2021, quando ele fez uma associação falsa entre a vacina contra a covid-19 e a aids , durante uma transmissão ao vivo no canal de seu filho, o vereador carioca Carlos Bolsonaro.

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