Pobreza tem aumento recorde e atinge 62,5 milhões em 2021
Da Redação
02 de dezembro de 2022(atualizado 28/12/2023 às 22h50)Proporção de negros e pardos pobres equivale a quase o dobro da de brancos, segundo dados do IBGE. Percentual de crianças com menos de 14 anos abaixo da linha de pobreza é o maior desde 2012
Homem come refeição recebida por doação debaixo de viaduto no Rio de Janeiro
Cerca de 62,5 milhões de brasileiros, ou quase 30% da população, estavam em situação de pobreza em 2021, enquanto 17,9 milhões (8,4%) estavam na extrema pobreza, segundo dados divulgados nesta sexta-feira (2) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Esses foram os maiores números e os maiores percentuais de pessoas em situação de pobreza e extrema pobreza desde o início da série histórica do IBGE, em 2012. Os resultados se explicam pelo aumento também recorde desses dois grupos em 2021:
22,7%
foi quanto aumentou o percentual de pessoas abaixo da linha de pobreza em 2021, o equivalente a 11,6 milhões de pessoas
48,2%
foi quanto aumentou o percentual de pessoas abaixo da linha de extrema pobreza em 2021, o equivalente a 5,8 milhões de pessoas
Os dados se baseiam nas linhas de pobreza propostas pelo Banco Mundial, que considera uma pessoa em situação de pobreza quando seus rendimentos são de US$ 5,50 PPC (R$ 486mensais per capita) e em situação de extrema pobreza quando eles são de US$ 1,90 PPC (R$ 168 mensais per capita).
A proporção de negros e pardos pobres (37,7%) equivale a quase o dobro da proporção de brancos (18,6%), segundo o IBGE. Além disso, a maioria (62,8%) das pessoas que vivem em domicílios chefiados por mulheres sem cônjuge e com filhos com menos de 14 anos estavam abaixo da linha de pobreza em 2021.
46,2%
das crianças com menos de 14 anos estavam abaixo da linha de pobreza em 2021; o percentual é o maior da série histórica, iniciada em 2012
Em 2021, o rendimento domiciliar per capita caiu para R$1.353, o menor nível desde 2012. “A recuperação do mercado de trabalho em 2021 não foi suficiente para reverter as perdas de 2020. Isso e a redução dos valores do auxílio emergencial podem ajudar a explicar esse resultado”, disse André Simões, analista da pesquisa do IBGE.
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