75% dos trabalhadores de apps não querem CLT, diz Datafolha
Da Redação
22 de maio de 2023(atualizado 28/12/2023 às 23h01)Pesquisa encomendada por Uber e iFood aponta preferência pela flexibilidade aos direitos trabalhistas. Mas maioria está disposta a contribuir para Previdência. Tema está em debate no governo
Entregador de aplicativo em moto em rua de São Paulo
Três em cada quatro motoristas e entregadores que trabalham com aplicativos, ou seja, 75% deles, preferem manter a autonomia que têm atualmente a terem a carteira assinada. Foi o que mostrou uma pesquisa realizada pelo instituto Datafolha a pedido do Uber e do iFood.
O levantamento divulgado nesta segunda-feira (22) mostra, porém, que 68% pretendem contribuir para a Previdência caso as plataformas automatizem o processo.
1,7 milhão
trabalham com aplicativos de transporte ou entrega no Brasil, segundo levantamento do Cebrap ( Centro Brasileiro de Análise e Planejamento) publicado em abril
Responderam à pesquisa 1.800 motoristas e 1.000 entregadores associados ao Uber ou ao iFood, entre janeiro e março de 2023, em todo o Brasil. A margem de erro é de 2 pontos percentuais, para mais ou para menos, e o nível de confiança é de 95%.
O levantamento foi encomendado pelas empresas num momento em que o governo discute como regular o trabalho nos aplicativos. No dia 1º de maio, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva instituiu um grupo de trabalho para apresentar propostas sobre o assunto, como mostrou o portal G1.
Em meados de maio, motoristas e entregadores fizeram paralisações pelo país. Como explicou reportagem do jornal JC, eles pediam pormelhores condições de trabalho, remuneração mais alta por quilômetro percorrido e aumento na tarifa mínima das corridas.
Sem direitos trabalhistas e alvo de violência, como contou em abril o podcast Durma com Essa, do Nexo , a categoria está entre as prioridades do Ministério do Trabalho. Um Expresso publicado em fevereiro analisou qual a viabilidade das promessas petistas na área trabalhista.
Confira a seguir outros dados que a pesquisa do Datafolha revelou.
CLT INTERMITENTE?
Sete a cada dez trabalhadores afirmaram não ter interesse no modelo de “CLT intermitente”, em que o vínculo de emprego é formalizado, independentemente de o empregado ser ou não chamado para trabalhar.
DIREITOS VS. FLEXIBILIDADE
Para 89% dos entrevistados, é importante garantir certos direitos e benefícios, desde que eles não interfiram na flexibilidade do trabalho. Somente 11% afirmaram ser favoráveis à garantia de todos os direitos trabalhistas mesmo que isso implique menos flexibilidade.
CONTRIBUIÇÕES ATUAIS
Seis em cada 10 entrevistados fazem contribuições ao INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) ou têm plano de previdência privada. Os que não contribuem atribuem isso ao valor da mensalidade (34%) e à burocracia (21%).
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