Suplente de vereadora trans é alvo de crime brutal em Sinop
Da Redação
11 de novembro de 2024(atualizado 11/11/2024 às 17h19)Conhecida como Santrosa, cantora foi assassinada em cidade do Mato Grosso. Corpo tinha pés e mãos amarrados e estava decapitado. Polícia não apontou suspeitos
A cantora Santrosa, de 27 anos, era suplente na Câmara Municipal de Sinop
A cantora trans de 27 anos conhecida como Santrosa, candidata à vereadora pelo PSDB que ficou na suplência da Câmara Municipal de Sinop nas eleições de 2024, foi encontrada morta no domingo numa área rural da cidade do Mato Grosso.
Seu corpo estava com pés e mãos amarrados e decapitado. Até o início da tarde desta segunda-feira (11), a polícia não havia apontado suspeitos pelo crime brutal. A Associação da Parada do Orgulho LGBTQIA+ local acionou o Grupo Estadual de Combates aos Crimes de Homofobia.
“[A associação] cobrará as autoridades competentes a apuração dos culpados por mais uma morte na população LGBTQIA+ em Mato Grosso”
Associação da Parada do Orgulho LGBTQIA+ de Mato Grosso
em nota de pesar após o assassinato de Santrosa
Cantora de pop e funk, Santrosa mantinha um canal no Youtube onde compartilhava seu trabalho. Na política, defendia acesso à cultura para comunidades periféricas de Sinop. A cidade tem quase 200 mil habitantes e é uma potência do agronegócio.
O presidente do PSDB em Mato Grosso, deputado estadual Carlos Avallone, associou o assassinato ao crime organizado, segundo publicou o site Metrópoles. “Ou a gente age rapidamente — as forças de segurança precisam agir rapidamente — ou vamos ficar em situação insustentável e insuportável”, disse Avallone. O dirigente partidário disse que Santrosa enfrentava as facções na comunidade onde morava.
De acordo com a política, Santrosa saiu de casa por volta das 11h de sábado (9). E não retorno mais. Ela tinha um show marcado à noite, mas não apareceu, segundo registrou o jornal Folha de S.Paulo. Seu corpo foi encontrado apenas no dia seguinte.
Dados mais recentes mostram que o Brasil teve 145 pessoas trans assassinadas em 2023, conforme mostrou o site G1. O número foi superior do que em 2022, ano anterior, segundo o relatório anual da Antra (Associação Nacional de Travestis e Transexuais divulgado em janeiro de 2024.
ESTAVA ERRADO: A primeira versão deste texto afirmava que a suplente de vereadora assassinada em Sinope era conhecida como Sandrosa. Na verdade, seu nome artístico era Santrosa. A informação foi corrigida às 17h18 de 11 de novembro de 2024.
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