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<p><span class="meta-image">FOTO: CARLA CARNIEL/REUTERS &#8211; 11.JUN.2023</span><div id="attachment_10137" style="width: 610px" class="wp-caption aligncenter"><img decoding="async" aria-describedby="caption-attachment-10137" width="2560" height="1707" src="https://nexo-uploads-beta.s3.amazonaws.com/wp-content/uploads/2023/11/27033900/2023-06-11T183252Z_1877777766_RC26H1AG1S0V_RTRMADP_3_GAY-PRIDE-BRAZIL_binary_330796-1-scaled.jpg" class="attachment-full size-full" alt="Foto mostra multidão de pessoas borradas. Suas roupas são coloridas." loading="lazy" /><p id="caption-attachment-10137" class="wp-caption-text">Pessoas participam da Parada LGBTI+ na avenida Paulista, em São Paulo</p></div></p>
<p><span>A população brasileira alcançou </span> <a href="https://www.nexojornal.com.br/extra/2023/06/28/Popula%C3%A7%C3%A3o-do-Brasil-cresce-mais-devagar-e-chega-a-203-milh%C3%B5es?posicao-home-direita=1">203,1 milhões</a> <span> de pessoas em agosto de 2022, segundo dados do Censo Demográfico divulgados nesta quarta-feira (28) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O aumento foi de 0,52% ao ano desde 2010. Trata-se da menor taxa de crescimento anual desde a primeira medição, em 1872.</span></p>
<p>O dado é um dos primeiros do Censo a serem divulgados pelo IBGE, que deve publicar no futuro outros resultados da medição feita em 2022. Considerado um retrato das condições de vida dos brasileiros, o Censo é a <a href="https://www.nexojornal.com.br/explicado/2019/05/26/Censo-e-hist%C3%B3ria-os-dados-como-b%C3%BAssola-para-a-a%C3%A7%C3%A3o-p%C3%BAblica#section-29">maior operação estatística</a>  feita no Brasil. Recenseadores consultaram pessoas de todos os domicílios dos 5.570 municípios para fazer o levantamento no último ano. </p>
<p>O <b>Nexo </b> reúne abaixo sete destaques dos dados do Censo de 2022 divulgados até agora. Mostra também como eles se comparam aos números da medição anterior, de 2010, e em que medida eles podem impactar ações dos governos federal, estaduais e municipais.</p>
<h2 class="numParagraph">Crescimento da população</h2>
<p>O país ganhou 12,3 milhões de habitantes entre os Censos de 2010 e 2022, segundo os dados mais recentes do IBGE. O número ficou abaixo do esperado pelo instituto, que em 2022 fez projeções de que o Brasil teria ultrapassado a marca de <a href="https://g1.globo.com/economia/censo/noticia/2023/06/28/censo-2022-brasil-tem-203-milhoes-de-habitantes-47-milhoes-a-menos-que-estimativa-do-ibge.ghtml">207,7 milhões</a>  de pessoas. A previsão estava 4,7 milhões acima do cálculo final.</p>
<img decoding="async" width="1001" height="899" src="https://nexo-uploads-beta.s3.amazonaws.com/wp-content/uploads/images/2023/12/19161032/graficos-censo-01_binary_330787.png" class="attachment-full size-full" alt="Gráfico mostra evolução da população brasileira entre os Censos de 1872 e 2022. População cresceu, mas ritmo de crescimento vem diminuindo nas últimas décadas." loading="lazy" />
<p>A divergência entre a previsão e o cálculo final <a href="https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2023/06/falta-de-contagem-na-decada-atrasos-e-covid-podem-explicar-populacao-do-censo-abaixo-das-projecoes.shtml" target="_self" rel="Follow noopener">pode ser explicada</a>  por alguns fatores, como efeitos da pandemia de covid-19 que não tinham sido captados antes e d <span>ificuldades para coletar as respostas do questionário. Além disso, o Censo costuma realizar uma contagem enxuta no meio da década para calibrar as estimativas feitas anualmente pelo IBGE, mas essa contagem não foi feita em 2015 por falta de verbas. </span></p>
<p>A taxa de crescimento anual da população de 2022 (0,52%) equivale a menos da metade da registrada em 2010 (1,17%). Essa diminuição<span>pode estar relacionada com a redução das taxas de fecundidade, migração e mortalidade, que ainda não foram divulgadas pelo instituto. </span><span>O aumento de habitantes em 12 anos foi de 6,5%. Depois de registrar um salto entre 1872, ano do </span> <a href="https://www.nexojornal.com.br/especial/2017/07/07/Censo-de-1872-o-retrato-do-Brasil-da-escravid%C3%A3o">primeiro Censo</a> <span>, e a segunda metade do século 20, a média anual de crescimento da população vem diminuindo.</span></p>
<p>A população brasileira cresceu mais de 20 vezes desde 1872, segundo o IBGE. Ganhou 193,1 milhões de habitantes em 150 anos. O maior crescimento em números absolutos ocorreu entre as décadas de 1970 e 1980, quando houve uma adição de 27,8 milhões de pessoas. O ritmo começou a diminuir, no entanto, a partir dos anos 1960. </p>
<h2 class="numParagraph">População das regiões</h2>
<p>Os dados do Censo mostram que o Sudeste, onde estão os estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo, ainda é a região mais populosa do Brasil. Abriga 84,8 milhões de habitantes, o que corresponde a 41,8% da população brasileira. Depois, vêm o Nordeste, o Sul, o Norte e o Centro-Oeste. </p>
<h3 class="infographicTitle">Maioria no Sudeste</h3>
<img decoding="async" width="1280" height="950" src="https://nexo-uploads-beta.s3.amazonaws.com/wp-content/uploads/images/2023/12/19161046/ParticipaC3A7C3A3o_das_regiC3B5es_na_populaC3A7C3A3o_brasileira_Em_percentual_chartbuilder_binary_330788.png" class="attachment-full size-full" alt="Gráfico mostra participação das regiões na população brasileira. Sudeste tem a maior participação, seguido por Nordeste, Sul, Norte e Centro-Oeste." loading="lazy" />
<p>A taxa de crescimento dessas regiões variou entre 2010 e 2022. Apesar de ser a área menos populosa, o Centro-Oeste registrou o maior ganho de habitantes anual (1,23%) entre as duas medições, o que resultou num aumento de 15,8% da população em 12 anos. Depois, veio o Norte, seguido por Sul, Sudeste e Nordeste. </p>
<p>O IBGE deu destaque à participação do Norte na população brasileira. O percentual da região tem aumentado de forma consistente nas últimas décadas. O crescimento anual de 0,75% da região entre 2010 e 2022, no entanto, é muito inferior ao registrado na década anterior (entre os Censos de 2000 e 2010), quando a taxa foi de 2,09%. </p>
<h2 class="numParagraph">População dos estados</h2>
<p>Pouco mudou na participação dos estados na população do Brasil, segundo o Censo. São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro continuam sendo as unidades da federação mais populosas do país, concentrando, juntas, quase 40% do total. Do outro lado, Roraima ainda é o estado menos populoso, seguido por Amapá e Acre. </p>
<img decoding="async" width="1001" height="1088" src="https://nexo-uploads-beta.s3.amazonaws.com/wp-content/uploads/images/2023/12/19161058/graficos-censo-02_binary_330789.png" class="attachment-full size-full" alt="Mapa mostra população nos estados do Brasil, em milhões de habitantes." loading="lazy" />
<p>A taxa de crescimento de cada lugar variou, de acordo com o IBGE. Catorze estados e o Distrito Federal registraram aumento anual da população acima da média nacional em 2022. Roraima — que em 12 anos ganhou 185 mil de seus 636 mil habitantes —, Santa Catarina, Mato Grosso, Goiás, Amazonas e Acre se destacam entre eles. </p>
<p>Entre os estados que menos cresceram, estão Rio de Janeiro, Alagoas, Bahia e Rondônia. Com o terceiro maior número de habitantes do Brasil, o Rio, por exemplo, registrou uma taxa de 0,03% de crescimento ao ano desde o Censo anterior do IBGE. A população passou de 15,9 milhões de habitantes em 2010 para 16,1 milhões em 2022. </p>
<h2 class="numParagraph">Tamanho dos municípios </h2>
<p>O país tem 5.570 municípios, que variam entre grandes, médios e pequenos. Mais da metade (57%) da população brasileira habitava menos de um décimo deles (319) em 2022, segundo os dados do Censo. Cerca de 22% está em apenas 20 municípios, entre os quais há 17 capitais.</p>
<p>São Paulo aparece em primeiro lugar no ranking, com 11,5 milhões de habitantes, seguida do Rio de Janeiro e Brasília. Além das capitais, destacam-se cidades como São Gonçalo (RJ) e Campinas (SP). Do outro lado, há municípios extremamente pequenos, como Serra da Saudade (MG), Borá (SP) e Anhanguera (GO), com menos de 1.000 habitantes cada.</p>
<h3 class="infographicTitle">No topo</h3>
<img decoding="async" width="1280" height="1450" src="https://nexo-uploads-beta.s3.amazonaws.com/wp-content/uploads/images/2023/12/19161113/MunicC3ADpios_mais_populosos_do_Brasil_em_2022_populaC3A7C3A3o_chartbuilder_binary_330790.png" class="attachment-full size-full" alt="Gráfico mostra 20 municípios mais populosos do Brasil em 2022. São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília lideram." loading="lazy" />
<h3 class="infographicTitle">Na base</h3>
<img decoding="async" width="1280" height="1450" src="https://nexo-uploads-beta.s3.amazonaws.com/wp-content/uploads/images/2023/12/19161128/MunicC3ADpios_menos_populosos_do_Brasil_em_2022_populaC3A7C3A3o_chartbuilder_binary_330791.png" class="attachment-full size-full" alt="Gráfico mostra 20 municípios menos populosos do Brasil em 2022." loading="lazy" />
<p>Cidades grandes, como Senador Canedo (GO) e Fazenda Rio Grande (PR), registraram os maiores ganhos populacionais do Brasil entre 2010 e 2022: mais de 80% cada. Outras, como São Gonçalo (RJ), Salvador (BA) e Itabuna (BA), tiveram as maiores perdas percentuais. Segundo o IBGE, a redução do número de habitantes em metrópoles é inédita. </p>
<p>O ganho e a perda de moradores é crucial para os municípios. Repasses do governo federal para os governos locais têm como critério o número de habitantes desses lugares. Cidades que diminuíram, portanto, devem passar a receber menos recursos do governo com a atualização dos dados do Censo, enquanto os que cresceram devem receber mais.</p>
<h2 class="numParagraph">Concentrações urbanas </h2>
<p>Mais de 124 milhões de pessoas viviam em 2022 em concentrações urbanas, que são municípios ou arranjos populacionais (conjunto de cidades integradas, geralmente conurbadas, sem divisas claras) com mais de 100 mil habitantes. Segundo o Censo, há 185 dessas concentrações no Brasil. </p>
<h3 class="infographicTitle">Crescimento</h3>
<img decoding="async" width="1280" height="950" src="https://nexo-uploads-beta.s3.amazonaws.com/wp-content/uploads/images/2023/12/19161143/PopulaC3A7C3A3o_vivendo_em_concentraC3A7C3B5es_urbanas_populaC3A7C3A3o_28em_milhC3B5es29_chartbuilder_binary_330792.png" class="attachment-full size-full" alt="Gráfico compara população vivendo em concentrações urbanas entre 2010 e 2022. Número cresceu nesse período." loading="lazy" />
<p>O aumento de população nessas áreas foi de 9,2 milhões de pessoas, o que representa uma parte expressiva do crescimento do país desde 2010. “É importante analisar essas informações urbanas porque, por exemplo, muitas vezes o crescimento demográfico se dá pelo <a href="https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-noticias/2012-agencia-de-noticias/noticias/37237-de-2010-a-2022-populacao-brasileira-cresce-6-5-e-chega-a-203-1-milhoes">espalhamento do tecido</a>  urbano de um município para um município vizinho”, segundo Cláudio Stenner, diretor de geociências do IBGE. </p>
<p>Oitenta das 185 concentrações urbanas do país estavam no Sudeste em 2022. São Paulo, cuja região metropolitana tem 37 municípios, é um dos exemplos desse tipo de espaço, junto com Belo Horizonte (23) e Rio de Janeiro (21). Depois do Sudeste, as regiões com mais concentrações são Nordeste e Sul, com 37 cada. </p>
<h2 class="numParagraph">Número de domicílios</h2>
<p>A quantidade de domicílios no Brasil cresceu 34% entre 2010 e 2022, segundo os dados mais recentes do Censo. De 67,5 milhões, o número passou para <a href="https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-noticias/2012-agencia-de-noticias/noticias/37238-pais-tem-90-milhoes-de-domicilios-34-a-mais-que-em-2010">90,7 milhões</a>  no intervalo entre as duas medições. A média de moradores por domicílio, por outro lado, caiu, saindo de 3,31 em 2010 para 2,79 em 2022. </p>
<h3 class="infographicTitle">em ascensão</h3>
<img decoding="async" width="1280" height="950" src="https://nexo-uploads-beta.s3.amazonaws.com/wp-content/uploads/images/2023/12/19161156/NC3BAmero_de_domicC3ADlios_no_Brasil_Em_milhC3B5es_chartbuilder_binary_330793.png" class="attachment-full size-full" alt="Gráfico compara número de domicílios no Brasil entre 2010 e 2022. Número cresceu nesse período." loading="lazy" />
<p>Essas mudanças estão ligadas a dois fatores: o crescimento expressivo de <a href="https://www.nexojornal.com.br/extra/2023/06/28/N%C3%BAmero-de-im%C3%B3veis-vazios-explode-em-12-anos-no-pa%C3%ADs?posicao-home-direita=2">domicílios vagos</a>  (não usados) e ocasionais (usados só às vezes, como casas de veraneio) e mudanças nas estruturas das famílias, que, por causa da <a href="https://www.nexojornal.com.br/explicado/2021/09/05/Direitos-reprodutivos-uma-hist%C3%B3ria-de-avan%C3%A7os-e-obst%C3%A1culos">queda de fecundidade</a>  no Brasil, estão cada vez menores, segundo o IBGE.</p>
<p>Todos os estados registraram queda na média de moradores por domicílio entre 2010 e 2022. Apesar disso, Amazonas (3,64) e Amapá (3,63) ainda estão no topo da lista dessa categoria, segundo os dados. Do outro lado, os estados com as menores médias são Rio Grande do Sul (2,54), Rio de Janeiro (2,60) e Espírito Santo (2,67). </p>
<h2 class="numParagraph">Densidade demográfica </h2>
<p>O aumento da população elevou a densidade demográfica do Brasil, que passou de 22,4 para <a href="https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-noticias/2012-agencia-de-noticias/noticias/37238-pais-tem-90-milhoes-de-domicilios-34-a-mais-que-em-2010">23,8 habitantes</a>  por quilômetro quadrado entre 2010 e 2022, segundo o Censo. A densidade demográfica é um indicador populacional que mede a distribuição de pessoas em determinada área.</p>
<img decoding="async" width="1001" height="1092" src="https://nexo-uploads-beta.s3.amazonaws.com/wp-content/uploads/images/2023/12/19161213/graficos-censo-03_binary_330795.png" class="attachment-full size-full" alt="Mapa mostra densidade demográfica por estado do Brasil." loading="lazy" />
<p>Apesar de ser um dos países mais populosos do mundo, o Brasil tem uma densidade demográfica <a href="https://www.nexojornal.com.br/interativo/2019/03/29/Reconhece-a-cidade-pela-densidade-demogr%C3%A1fica-Fa%C3%A7a-o-teste">relativamente baixa</a>  em comparação com outros países, por ter grandes porções de terra onde há pouca gente, como a região amazônica. Outras áreas, como as cidades costeiras e as metrópoles do Sudeste, são muito povoadas.</p>
<h3 class="infographicTitle">Povoamento</h3>
<img decoding="async" width="1280" height="950" src="https://nexo-uploads-beta.s3.amazonaws.com/wp-content/uploads/images/2023/12/19161228/Densidade_demogrC3A1fica_por_regiC3A3o_Habitantes_kmC2B2_chartbuilder_binary_330794.png" class="attachment-full size-full" alt="Gráfico mostra densidade demográfica por região. Sudeste lidera, seguido por Sul, Nordeste, Centro-Oeste e Norte." loading="lazy" />
<p>Os dados do Censo mostram que o Sudeste ainda é a região com maior densidade demográfica do Brasil, com 91,8 habitantes por quilômetro quadrado. No Norte, que fica na base do ranking, esse valor é de 4,5 habitantes por quilômetro quadrado. Entre os estados, o Distrito Federal e o Rio de Janeiro são os mais povoados do país.</p>
<p>Colaboraram <b>Mariana Froner </b> e <b>Gabriel Zanlorenssi</b>  com os gráficos </p>
</div>


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