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Quais são as diretrizes para diagnosticar pressão alta

Da Redação

27 de outubro de 2024(atualizado 27/10/2024 às 14h54)

Cardiologistas europeus passam a classificar 12 por 8 como ‘pressão arterial elevada’. Sociedade Brasileira de Cardiologia deve acompanhar mudança

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Médica mede pressão de paciente

Médica mede pressão de paciente

Um relatório de 2023 da Organização Mundial da Saúde apontou que um em cada três adultos no mundo sofre de hipertensão. De acordo com a organização, o número de pessoas com a condição saltou de 650 milhões em 1990 para 1,3 bilhão em 2019. Para piorar, metade deles não sabe que convive com o problema. 

A hipertensão é o principal fator de risco para infarto e AVC (acidente cardiovascular cerebral) e é diagnosticada de acordo com a pressão arterial do paciente. Em outras palavras, quando se mede a pressão que o sangue exerce sobre as paredes das artérias. 

Os aparelhos para medir a pressão são variados. Podem ser registros com um mostrador redondo e ponteiro, como relógios; digitais, cada vez mais populares; ou terem uma coluna de vidro preenchida com mercúrio, que sobe e desce conforme os batimentos.

Como o primeiro aparelho para medir a pressão era esse modelo com as colunas, as medidas de mercúrio (mmHg) passaram a ser a unidade padrão para medir a pressão arterial. 

Ela é registrada em dois números: um referente à pressão sistólica, quando o coração se contrai; e outro à pressão diastólica, quando ele relaxa. Ou seja, uma medida de 120/80 mmHg significa que há uma pressão sistólica de 120 mmHg e uma pressão diastólica de 80 mmHg.

Trata-se de uma pressão 12 por 8, como dizem os médicos, que passaram a simplificar a medida em sua comunicação com os pacientes. Essa medida, 12 por 8, sempre foi considerada o limite para uma pressão arterial normal. Algo que, agora, deve ficar no passado.

A Sociedade Europeia de Cardiologia se reuniu em agosto e definiu novas diretrizes para o diagnóstico e tratamento de hipertensão. Antes do evento, a entidade seguia a seguinte classificação:

  • ótimo: abaixo de 120/80 mmHg (12 por 8)
  • normal: entre 120/80 mmHg e 129/84 mmHg
  • pré-hipertensão: entre 130/85 mmHg e 139/89 mmHg
  • hipertensão estágio 1: entre 140/90 mmHg e 159/99 mmHg
  • hipertensão estágio 2: entre 160/100 mmHg e 179/109 mmHg
  • hipertensão estágio 3: acima de 180/110 mmHg

Agora, os cardiologistas europeus mudaram as diretrizes. A pressão 120/80 mmHG, ou 12 por 8, passa a ser considerada pressão arterial elevada. De acordo com médicos consultados pela BBC Brasil, esse deve ser o caminho seguido pelo Brasil a partir de 2025. Abaixo, os novos parâmetros da Europa:

  • pressão arterial não elevada: abaixo de de 120/70 mmHg (12 por 7)
  • pressão arterial elevada: entre 120/70 mmHg e 139/89 mmHg 
  • hipertensão arterial: acima de 140/90 mmHg 

“Esta nova categoria de pressão arterial elevada reconhece que as pessoas não passam de pressão arterial normal para hipertensa da noite para o dia. Na maioria dos casos, é um gradiente constante de mudança, e diferentes subgrupos de pacientes, que têm maior risco de desenvolver doenças cardiovasculares, poderiam se beneficiar de um tratamento mais intensivo antes que sua pressão arterial atinja o limite tradicional de hipertensão”

Bill McEvoy

professor da Universidade de Galway, na Irlanda, e presidente da Sociedade Europeia de Cardiologia, em comunicado publicado no fim de agosto

Recomendações

Com as novas diretrizes, os pacientes que tiverem pressão arterial elevada (o que inclui quem medir 12 por 8) passam a ser enquadrados em uma “estratificação de risco”. 

Em outras palavras, os médicos avaliaram outros fatores de risco para infarto ou AVC, como diabetes, colesterol alto ou obesidade.

Se o risco for reduzido, o médico pode recomendar mudanças no estilo de vida e a volta ao consultório dali um ano para uma nova medição. Se for um pouco mais elevado, esse intervalo para uma nova medição se reduz a três meses. 

Se a pressão estiver igual ou acima a 13 por 8 (130/80 mmHg) três meses depois da mudança de hábitos, deve ser recomendada a prescrição de medicamentos contra hipertensão. 

Abaixo, algumas das mudanças no estilo de vida que ajudam a combater a pressão alta:

  • reduzir o consumo de sal
  • praticar atividade física
  • dieta
  • parar de fumar
  • consumir potássio (de preferência frutas e verduras)

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