Ludmila Rattis faz pesquisa em Massachusetts e na Califórnia, mas sua origem e sua paixão estão na roça. É do mato, no interior do Brasil, que vêm os dados que ela usa para criar os modelos em computador que ajudam a entender como a natureza influi na agricultura e qual o impacto do desmatamento na produção de comida no país. Ecóloga espacial do Centro de Pesquisas Woods Hole, da Universidade da Califórnia em Irvine e do Ipam (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia), Ludmila tem 32 anos e foi a vencedora do prestigioso Prêmio Marcio Ayres para jovens pesquisadores.
Ela é a primeira entrevistada da nova série doNexo “ Cientistas do Brasil que você precisa conhecer ”. O projeto tem duas frentes: uma delas traz 12 vídeos com a minibiografia de pesquisadores que marcaram a história . A outra frente traz 12 entrevistas em texto na seção “Profissões” – são conversas conduzidas pelo jornalista e colunista doNexo, Denis Burgierman, com cientistas brasileiros em atuação hoje no mundo. São pesquisadores de áreas como ciências da vida, geociências, física, química, ciência da computação e matemática, que vêm tendo o reconhecimento de seus pares e trabalham em linhas de atuação promissoras. O projeto tem o apoio do Instituto Serrapilheira .
Cientistas do Brasil
Quem:Ludmila Rattis, 32 anos
O quê: ecóloga espacial, pesquisa a relação entre a preservação da floresta e do clima e a produtividade da agricultura
Onde: busca dados no interior do Mato Grosso e no resto da fronteira agrícola amazônica, e trabalha com eles em Woods Hole, em Massachusetts, e em Irvine, na Califórnia
Como:na maior parte do tempo, escrevendo algoritmos de computador para analisar os dados que ela colhe
Ecologia espacial é uma área da biologia que estuda a relação entre as diversas espécies e o ambiente num determinado espaço. No caso de Ludmila, o foco está na fronteira agrícola brasileira, ao sul da Amazônia, região por onde o desmatamento avança, dando lugar para plantações.