Série

A área cultural paralisada e sob reinvenção

Aline Pellegrini

18 de dezembro de 2020(atualizado 22/12/2023 às 04h05)

Ao longo de dezembro, o ‘Nexo’ destaca 20 características do nosso tempo que foram escancaradas em 2020. Neste capítulo, mostra como a crise agravou a situação de um setor que já passava por dificuldades

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FOTO: LEON KUEGELER/REPRODUÇÃO/REUTERS/NEXO

Montagem com homem cantando e outro tocando violão e tela de cinema

Live de Jorge e Mateus e cinema drive-in em imagem ilustrativa

Mudanças no comando da área de cultura no governo, a paralisação da agência federal que fomenta a produção de filmes, uma atitude movida pela guerra cultural incensada pela extrema direita. Já presente em anos anteriores, a instabilidade da produção cultural brasileira foi agravada pela situação imposta por 2020.

Em todo o mundo, salas de espetáculos, teatros, museus, cinemas e outros estabelecimentos foram fechados para evitar o contágio do novo coronavírus. O setor cultural foi o primeiro a parar de trabalhar por causa da pandemia, e a expectativa é de que seja o último a voltar.

Três nomes passaram pela Secretaria Especial de Cultura do governo de Jair Bolsonaro, num troca-troca que teve início com a exoneração de Roberto Alvim após um discurso com referências nazistas. O cargo recebeu os atores Regina Duarte, que ficou dois meses e meio na função, e Mário Frias . Apesar do vaivém, foi a inação que marcou a gestão do governo federal na cultura, num ano em que o setor foi um dos mais atingidos pela crise. Metade dos agentes culturais no Brasil perderam a totalidade de suas receitas.

Artistas e instituições buscaram financiamentos alternativos e tiveram que reinventar os espaços culturais. Lives de música e de teatro se transformaram em grandes eventos patrocinados, com milhares de espectadores e arrecadação beneficente. A cantora Marília Mendonça quebrou o recorde mundial em abril, quando 3,2 milhões de pessoas assistiram simultaneamente ao seu show.

Foi também o ano dos festivais de cinema e de literatura em formato online, dos acervos digitalizados de museus e da ressurreição dos cinemas drive-in .

A inércia da Secretaria Especial da Cultura fez com que deputados da oposição apresentassem projeto de socorro à classe . Em junho, três meses após a paralisação completa, o Senado aprovou a Lei Aldir Blanc, que destinou R$ 3 bilhões para acudir o setor cultural. Os recursos ainda estão sendo liberados.

Abaixo, o Nexo lista cinco conteúdos publicados em 2020 que ajudam a revisitar e entender o assunto.

FOTO: REPRODUÇÃO/CNN

A atriz Regina Duarte, uma mulher branca, de cabelos pretos, usando uma blusa rosa, em frente a um painel de madeira

Regina Duarte é o quarto nome a ocupar a Secretaria Especial da Cultura

Cultura oficial: das citações nazistas à ditadura minimizada

Regina Duarte, responsável pela área no governo, repete Bolsonaro e relativiza torturas do regime militar. Antecessor caiu após fazer referências a Goebbels.

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FOTO: HAMAD I MOHAMMED/REUTERS
Saguão de cinema até reflete as luzes do alto de tão limpo e vazio. Ao lado, logo do IMAX

Saguão vazio de sala de cinema em Toronto, no Canadá


O impacto do coronavírus na cultura. E o papel dos governos

Prejuízo para indústria com cancelamento de shows e adiamento de estreias de cinema poderá ser milionário. Países anunciam medidas para mitigar efeitos da pandemia no setor.

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FOTO: WOLFGANG RATTAY/REUTERS

Salão vazio com mesas e cadeiras distanciadas e palco com luz rosa e azul

Teatro alemão antes do fechamento dos espaços culturais com a segunda onda de coronavírus no país

O estrago da pandemia para os agentes culturais brasileiros

Pesquisa realizada entre junho e setembro em 472 municípios mostra a percepção sobre a queda econômica do segmento.

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FOTO: DIVULGAÇÃO

Foto em preto e branco mostrando a saída de um cinema e o letreiro com o escrito: "história de uma geração"

Cinema de rua brasileiro

Seria o fim do cinema de rua no brasil?

Em meio à pandemia, salas de projeção sofrem com queda de faturamento e fecham para conter prejuízos, mostra reportagem da revista ‘Gama’.

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FOTO: MICHELE TANTUSSI/REUTERS

Porta com diversos cartazes de shows colados. Sobre eles, outros sinais em branco provavelmente indicando o fechamento do clube

Entrada do clube punk So36 em Berlim, fechado durante a quarentena

O que países propõem para retomar eventos culturais

Nações europeias colocam shows, baladas, cinemas e exposições no fim da fila da reabertura. Coreia do Sul teve de retroceder após surto de casos ligado a casas noturnas.

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