‘Entidades do esporte sempre taparam olhos para violência sexual’
Lucas Zacari
29 de novembro de 2024(atualizado 29/11/2024 às 20h02)Breiller Pires fala sobre novas regras que condicionam repasses de recursos públicos à adoção de medidas contra abuso infantil. Reportagem do jornalista inspirou projeto de lei
Crianças em aula de natação na Vila Olímpica da Gamboa, no Rio de Janeiro
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou a lei nº 15.032 no dia 21, alterando o artigo nº 36 da Lei Geral do Esporte. A partir de agora, a transferência de recursos públicos para clubes e entidades esportivas depende da adoção de medidas de proteção de crianças e adolescentes contra situações de abuso e violência sexual por parte das instituições.
O projeto de lei é de autoria da deputada federal Erika Kokay (PT-DF) e levou seis anos para ser aprovado. O texto foi motivado por uma reportagem do jornalista Breiller Pires para o site Vice em setembro 2016, que mostrou que a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) não estava cumprindo um pacto firmado com o Congresso Nacional de proteger jovens das categorias de base contra abuso e violência sexual.
O jornalista investiga denúncias no futebol masculino e em divisões de base desde 2011, com uma média de 20 casos registrados por ano. “Essa cobertura permanente faz com que as autoridades e o poder público sejam mais sensíveis e tenham ali a dimensão do problema e de que isso precisa ser combatido”, afirmou Pires, atualmente comentarista dos canais ESPN e editor-chefe do site The Players’ Tribune Brasil.
Nesta entrevista, o Nexo conversa com Breiller Pires sobre a importância da lei para a proteção de jovens atletas e o impacto do jornalismo para a criação de políticas públicas.
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