Clima e eleições: políticas e propostas contra a crise
Mariana Vick
03 de outubro de 2024(atualizado 04/10/2024 às 15h45)Leia textos da série que explica o papel dos municípios na mudança climática, as medidas para combater o problema e como o tema apareceu nas campanhas de locais que passaram por eventos extremos
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Fumaça sobre a cidade de Ribeirão Preto (SP) após queimadas
A campanha municipal chega ao fim da primeira etapa. A votação para prefeitos e vereadores acontece neste domingo (6) em 5.569 cidades do Brasil. É em frente à urna que os eleitores vão decidir sobre os rumos que desejam para as políticas que mais os afetam no dia a dia: transporte, moradia, saúde, saneamento — e, abraçando tudo, o clima.
A mudança climática é um fato científico incontestável. A influência humana sobre o fenômeno, também. E o impacto da crise para as cidades é cada vez mais difícil de negar, como mostram os desastres que prejudicaram centenas de milhares de brasileiros nos últimos anos em Porto Alegre, Recife, Petrópolis (RJ), São Paulo, Porto Velho e os municípios do Pantanal.
Nesta série, feita com apoio da organização civil independente Instituto Talanoa, o Nexo explica qual o papel das cidades em atividades que contribuem para a crise do clima e quais políticas municipais podem combater o problema. Mostra também qual o olhar sobre o tema nas campanhas de capitais que passaram por eventos extremos no último ciclo eleitoral.
As eleições municipais são um período fundamental para a democracia. Os cidadãos têm a oportunidade de debater questões locais e ouvir dos candidatos a prefeito e vereador propostas para os problemas que mais lhes preocupam. A votação para esses cargos é decisiva para influenciar o cotidiano das cidades por pelo menos quatro anos.
Fumaça vinda de queimadas na Amazônia cobre cidade de Porto Alegre (RS)
Diversos temas aparecem no discurso das campanhas, como saúde, educação, moradia e transporte. Questões como a mudança do clima não estão entre as prioridades. Os problemas climáticos e urbanos, no entanto, têm ligação estreita, e os desastres registrados nos últimos anos mostram que as cidades estão no centro da crise socioambiental.
Neste texto, entenda como a mudança climática afeta as áreas urbanas (e vice-versa), quais são os desafios das cidades brasileiras nesse contexto e qual é o papel das gestões municipais para enfrentá-los. Leia também sobre como algumas das principais preocupações dos eleitores na campanha podem ser analisadas à luz da crise do clima.
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As campanhas para as eleições municipais, em geral, não têm dado destaque para a mudança climática, mesmo depois de uma série de desastres ter atingido as cidades brasileiras nos últimos anos. Há um lugar, no entanto, que foge a essa regra: Porto Alegre. O tema ganhou visibilidade na disputa pela prefeitura da capital gaúcha após fortes inundações terem tomado o Rio Grande do Sul em maio.
Pessoas caminham em rua alagada no bairro de Cavalhada, em Porto Alegre (RS)
As cheias foram a maior tragédia climática da história de Porto Alegre. O lago Guaíba, principal da cidade, chegou a 5,33 metros, e o sistema de proteção municipal contra cheias não conseguiu conter a água. Mais de 160 mil pessoas foram atingidas, 14,2 mil foram para abrigos e cinco morreram, em meio a críticas ao modo como a prefeitura lidou com o problema.
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Neste texto, entenda quem são os candidatos à prefeitura de Porto Alegre, qual é o cenário da corrida eleitoral e como o desastre de maio tem aparecido na campanha e nos planos de governo. Veja também quais foram as críticas à capital gaúcha no momento da tragédia e o que a cidade fez desde então para prevenir novas inundações.
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A moradia é um assunto permanente das campanhas eleitorais municipais. O deficit habitacional nas grandes cidades é um problema tão antigo quanto o Brasil urbano. O que muda em 2024 é que debater o tema é também falar de outro problema contemporâneo: a mudança climática.
Homem em colchão inflável durante enchente em Itabuna, na Bahia
A intensificação de eventos como tempestades e ondas de calor tem exposto as más condições de moradia no país. Enchentes e deslizamentos são cada vez mais severos para quem mora em áreas de risco de cidades como São Sebastião (SP), Porto Alegre e Recife. As políticas municipais urbanas podem tanto minimizar o problema quanto agravá-lo.
Neste texto, entenda qual o tamanho do deficit habitacional no país, quais problemas de moradia atingem as cidades brasileiras e qual a sua relação com a mudança climática. Veja também quais são as possíveis soluções recomendadas por pesquisadores e integrantes da sociedade civil.
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A falta de qualidade ambiental que Porto Velho enfrenta no contexto da seca e das queimadas na Amazônia poderia ser uma oportunidade para que os candidatos à prefeitura priorizassem o clima e o meio ambiente. As campanhas, no entanto, têm apresentado justamente o contrário. Os temas são como uma antipauta na disputa pela capital de Rondônia.
Visão aérea do rio Madeira em meio à seca em Porto Velho (RO)
Fatores diferentes tornam Porto Velho uma das cidades mais afetadas pela crise ambiental que atinge a Amazônia. O município, coberto por fumaça, tem batido recordes constantes de pior qualidade no ar entre as capitais do país, por exemplo. Enquanto isso, o rio Madeira, um dos mais importantes do bioma, chegou à mínima histórica na cidade.
Neste texto, entenda quem são os candidatos à prefeitura de Porto Velho, qual é o cenário da corrida eleitoral e qual o lugar da mudança climática na campanha e nos planos de governo. veja também como se deu a discussão sobre o tema na cidade nos últimos quatro anos, segundo análises de pesquisadores da região.
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São Paulo é a metrópole mais rica do Brasil. Ao mesmo tempo, é uma cidade que para quando chove. O trato de seus rios e a ocupação do solo tornaram as enchentes uma realidade trágica do cotidiano de seus cidadãos, que veem surgir propostas para enfrentar o problema de forma nova e radical, como a ideia das cidades-esponja.
Trabalhadores usam trator para deslocar veículo da prefeitura em rua alagada após fortes chuvas em São Paulo
As cidades-esponja, assim como outras ações que incorporam a natureza, ganharam força em maio de 2024 após as fortes inundações que atingiram o Rio Grande do Sul. A tragédia gaúcha despertou discussões sobre como lidar com chuvas extremas e inundações. Esses eventos tendem a se tornar mais frequentes e intensos no contexto da mudança climática.
Neste texto, entenda o que são as cidades-esponja, por que se cogita a ideia para a cidade de São Paulo, de que forma o tema aparece na campanha eleitoral e o que há nos planos de governo dos candidatos à prefeitura. Leia também sobre qual a viabilidade do modelo e o que o prefeito e vereadores podem fazer na prática.
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Os ônibus urbanos são o principal meio de transporte de milhões de pessoas que vivem nas cidades brasileiras. A maioria desses veículos, no entanto, ainda é movida a uma tecnologia poluente: o diesel. O cenário levou uma série de candidatos às prefeituras a propor a implementação de frotas elétricas nas eleições de 2024.
Ônibus elétrico em Brasília
As emissões globais de gases de efeito estufa no setor de transportes geram mais de US$ 1 trilhão em danos à saúde por ano. A adoção de ônibus elétricos pode reduzir a poluição do ar nas cidades e ajudar os governos a combater a mudança climática. Diversos desafios, no entanto, têm travado a implementação desses veículos no país.
Neste texto, entenda qual o estado da eletrificação do transporte público no Brasil, quais são suas vantagens em relação aos ônibus movidos a diesel e quais são os entraves para sua expansão. Leia também sobre quais ações os governos locais podem adotar e como é a experiência em outros países.
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A mudança climática é um desafio para todas as cidades brasileiras. Algumas, no entanto, estão sob maior risco que outras. O Recife é um desses casos: palco de um grande desastre causado por fortes chuvas em 2022, é um dos municípios do país mais vulneráveis à crise do clima, apesar de o tema ter pouco espaço nas campanhas eleitorais.
Mulher passeia com cachorro na praia de Boa Viagem, no Recife
Dados do Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas indicam que o Recife supera várias cidades globais em vulnerabilidade à mudança climática, além de ser a capital do país mais ameaçada pelo avanço do nível do mar. Fatores geográficos, econômicos e sociais explicam o cenário. Análises mostram, no entanto, que os principais candidatos à prefeitura em 2024 não dão centralidade ao tema em seus planos de governo.
Neste texto, entenda por que o Recife é tão ameaçado pela mudança climática, de que forma o tema aparece na campanha eleitoral e o que há nos planos de governo dos candidatos à prefeitura. Veja também as medidas adotadas na capital nos últimos anos e a avaliação da gestão do atual prefeito, João Campos (PSB).
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As eleições municipais são uma oportunidade para debater diferentes problemas que afetam as cidades brasileiras. O saneamento básico é um deles. O deficit de acesso a serviços de água e esgoto é histórico no país, e as prefeituras enfrentam diversos desafios para cumprir as atuais metas de universalização.
Proliferação de algas no rio Pinheiros, em São Paulo, após diminuição de chuvas
A falta de saneamento tem efeitos ambientais e sobre a saúde. Em 2023, por exemplo, o Brasil teve 612 mil internações devido a doenças relacionadas à falta de infraestrutura sanitária adequada. Os impactos se agravam no contexto da mudança do clima, marcada pelo aumento de eventos climáticos extremos ligados ao excesso ou à falta de água.
Neste texto, entenda quais serviços o saneamento básico contempla, quais são os principais problemas de acesso nas cidades brasileiras e o que explica a permanência desse deficit no Brasil. Leia também sobre o que o tema tem a ver com a mudança climática e como eleitores podem analisar propostas de candidatos na área.
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