Bolsonaro minimiza pandemia e sugere que ômicron é ‘bem-vinda’
Da Redação
12 de janeiro de 2022(atualizado 28/12/2023 às 22h18)Presidente menciona baixa letalidade de nova cepa e fala em possível fim de crise sanitária. Declaração ignora risco de altas taxas de transmissão voltarem a sobrecarregar hospitais
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O presidente Jair Bolsonaro em evento no Planalto
Jair Bolsonaro (PL) minimizou a variante ômicron do coronavírus e deu a entender que a nova cepa é “bem-vinda” no Brasil e pode “sinalizar o fim da pandemia”. As declarações foram feitas em entrevista ao site Gazeta Brasil nesta quarta-feira (12).
O presidente também disse que a ômicron “tem uma capacidade de se difundir muito grande, mas de letalidade muito pequena”. Além disso, Bolsonaro afirmou: “A saúde no Brasil sempre foi um caos. Por que agora essa preocupação enorme com a covid? Você tem de ter com qualquer doença. Ficou uma doença politizada”.
A fala de Bolsonaro vai contra o discurso cauteloso mantido por autoridades em saúde. Em 7 de janeiro, a OMS (Organização Mundial da Saúde) afirmou que “embora a ômicron pareça ser menos grave em comparação com a delta, especialmente entre os vacinados, isso não significa que ela deva ser classificada como branda ”.
A organização também alertou para o sobrecarregamento dos sistemas de saúde. Mesmo que a ômicron seja menos severa, seu rápido espalhamento aumenta o risco de que muitas infecções ocorram ao mesmo tempo — o que, mesmo no caso de uma cepa mais branda, pode comprometer a capacidade de hospitais. Com a recente disparada de casos de covid-19, os Estados Unidos bateram o recorde de hospitalizações na segunda-feira (10) desde o início da pandemia.
Com relação à declaração de Bolsonaro de que a ômicron representa o “fim da pandemia”, há especialistas que admitem a possibilidade de que isso realmente aconteça. No entanto, o tom é de cautela, e o entendimento geral é de que frear o avanço da covid-19 continua sendo importante, seja para impedir o surgimento de novas variantes do coronavírus ou para não sobrecarregar o sistema de saúde.
Em resposta a um jornalista que mencionou a declaração de Bolsonaro, o diretor-executivo do programa de emergências em saúde da OMS, Michael Ryan, afirmou nesta quarta (12) que“este não é o momento de declarar que esse vírus é bem-vindo”.“Nenhum vírus que mata pessoas é bem-vindo”, acrescentou.
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