Bolsonaro volta a atacar confiabilidade do sistema eleitoral
Da Redação
12 de fevereiro de 2022(atualizado 28/12/2023 às 22h20)Presidente retoma investidas sem provas sobre segurança da votação em entrevista a Anthony Garotinho, ex-governador do Rio
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O presidente Jair Bolsonaro no Palácio do Planalto
O presidente Jair Bolsonaro voltou a questionar a segurança do sistema eleitoral brasileiro em entrevista concedida neste sábado (12) à rádio Tupi de Campo dos Goytacazes (RJ). Em uma conversa conduzida pelo ex-governador do Rio de Janeiro Anthony Garotinho, ele afirmou que as Forças Armadas levantaram “dezenas de dúvidas” sobre o sistema eleitoral brasileiro, mas não especificou as incertezas.
As últimas declarações de Bolsonaro interrompem cerca de cinco meses de trégua dos ataques do presidente ao sistema eleitoral. Em 2021, Bolsonaro, candidato à reeleição, fez uma campanha entre seus apoiadores contra a credibilidade das urnas eletrônicas brasileiras e chegou a ameaçar impedir a sucessão presidencial de 2022, depois que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva começou a aparecer como favorito nas pesquisas de intenção de voto.
Em setembro, Bolsonaro tinha recuado das investidas com a divulgação de uma nota em que afirmava que “sempre esteve disposto” a dialogar com os Poderes e que a harmonia entre eles “é uma determinação constitucional que todos devem respeitar”.
As pesquisas de intenção de voto também foram alvo do presidente durante a entrevista a Garotinho. Bolsonaro criticou os institutos de pesquisa e o sistema eleitoral do país, disse ver com “preocupação” a situação e que o sistema ainda não é da “confiança de todos nós”. O presidente aparece em segundo lugar nas mais recentes pesquisas de intenção de voto , perdendo para Lula.
“A máquina, tudo bem, a máquina não mente. Mas quem opera é um ser humano. Então ainda existem muitas dúvidas no tocante a isso e a gente espera que nos próximos dias a gente tire essa dúvida”
Bolsonaro também disse que as Forças Armadas foram convidadas para integrar a comissão de acompanhamento das eleições: “posso adiantar para você que o presidente do TSE, ministro [Luís Roberto] Barroso, convidou várias instituições para participar das eleições do corrente ano. As Forças Armadas foram convidadas e eu sou o chefe supremo das Forças Armadas”.
A onda de críticas ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) foi retomada na quinta-feira (10) durante a rotineira transmissão ao vivo do presidente. Sem apresentar provas, Bolsonaro disse que as Forças Armadas haviam apontado “dezenas de vulnerabilidades” no sistema eleitoral. Em resposta, a Corte afirmou na sexta-feira (11)que as Forças Armadas fizeram “apenas pedidos de informações para compreender o funcionamento do sistema eletrônico de votação, sem qualquer comentário ou juízo de valor sobre segurança ou vulnerabilidades. As declarações que têm sido veiculadas não correspondem aos fatos nem fazem qualquer sentido”, disse o Tribunal em nota.
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