Ataque a tiros em bar LGBTI+ em Oslo deixa dois mortos
Da Redação
25 de junho de 2022(atualizado 28/12/2023 às 22h34)Segundo autoridades norueguesas, crime é investigado como ato terrorista. Mais de 20 pessoas ficaram feridas e três estão internadas em estado grave
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Homenagens em frente ao London Pub, em Oslo
Um atirador abriu fogo em um bar LGBTI+ em Oslo, capital da Noruega, na noite de sexta-feira (24). Duas pessoas foram mortas, 20 ficaram feridas e três estão internadas em estado grave.O suspeito de ter cometido o crime é um homem de 42 anos, cidadão norueguês de origem iraniana, detido logo após os disparos. A polícia do país investiga o caso como ato terrorista e crime de ódio. A cidade sediaria neste sábado (25) a parada LGBTI+, que foi cancelada por recomendação das autoridades.
Frequentadores definiram o ataque como uma “chuva de balas”. Um dos clientes que estava no bar, Bili Blum-Jansen relatou para a agência de notícias Reuters que o número de mortos não foi maior porque cerca de 100 pessoas conseguiram se esconder no porão do estabelecimento. “Muitos ligaram para seus parceiros e familiares, era como se estivessem se despedindo”, afirmou.
De acordo com a Reuters, as autoridades informaram que o suspeito é considerado um islamista radicalizado, tem histórico de doença mental e era conhecido pelos serviços de inteligência da Noruega desde 2015.“Tudo indica que este foi um ataque extremista islâmico”, disse o primeiro-ministro Jonas Gahr Stoere em uma coletiva de imprensa. O Rei Harold , da Noruega, disse que está “devastado” por causa do ataque. “Devemos permanecer unidos e defender nossos valores: liberdade, diversidade e respeito ao próximo”. A polícia norueguesa, que anda desarmada, portará armas preventivamente.
Em frente ao bar, chamado London Pub, foram feitas homenagens às vítimas do ataque: flores foram depositadas e bandeiras do arco-íris, símbolo do movimento LGBTI+, penduradas no entorno. De acordo com a BBC, um grupo de centenas de pessoas se reuniu ainda na noite do ataque em frente ao bar em protesto .“Somos queer, estamos aqui e não vamos desaparecer”, disseram os manifestantes.
O episódio no país revive um outro ataque traumático : em 2011, o extremista de direita Anders Breivik detonou uma bomba em frente ao escritório do então primeiro-ministro, Jens Stoltenberg, que deixou 8 mortos. Na sequência, o supremacista branco, disfarçado de policial, abriu fogo em um acampamento da Liga Trabalhista Juvenil, que deixou 69 mortos, a maioria adolescentes, que foram executados com tiros na cabeça.
Breivik está detido desde então. Em janeiro, um julgamento analisou seu pedido de liberdade condicional: na audiência, ele fez a saudação nazista para os juízes. Os serviços de inteligência da Noruega alertaram dias antes do ataque ao pub LGBTI+ que as ideias propagadas pelo supremacista e outros grupos ainda são uma“ força motriz ” para extremistas de direita no país e no exterior.
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