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O IPCC, Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas da ONU (Organização das Nações Unidas), publicou nesta segunda-feira (20) o relatório síntese do seu atual ciclo de avaliações sobre o aquecimento global provocado pelo homem, resumindo seis relatórios produzidos por cientistas do mundo todo, publicados em anos recentes. Trata-se de um “ guia de sobrevivência para a humanidade”, afirmou António Guterres, secretário-geral das Nações Unidas.

O documento, assinado por 93 especialistas e aprovado no domingo (19), afirma que ainda há esperança de um “ futuro habitável e sustentável para todos”. Também ressalta que existem diversas opções de medidas eficazes e viáveis para que se evite o colapso climático do planeta e, consequentemente, problemas como crises na produção de alimentos, inundações, pandemias e incêndios florestais.

O texto alerta, no entanto, que as ações atuais ainda não são suficientes para se atingir a meta global de manter o aquecimento global abaixo do limite de 1,5°C em relação aos níveis pré-industriais até o fim do século — algo considerado imprescindível para se evitar o colapso climático.

Segundo o IPCC, a meta exige que as emissões globais sejam reduzidas em quase metade (48%) até 2030. Entre outros pontos, o painel também conclui :

• Países com menor responsabilidade sobre as mudanças climáticas, como nações na África, na Ásia e nas Américas Central e do Sul, são com frequência os mais vulneráveis aos efeitos dessas mudanças, ficando expostos, por exemplo, a níveis muito mais altos de insegurança alimentar e de acesso a água
• Para qualquer nível de aquecimento futuro, os riscos relacionados ao clima são ainda maiores do que os avaliados no ciclo anterior do IPCC e deverão interagir cada vez mais com riscos não climáticos, criando problemas em cascata
• Os investimentos no setor de combustíveis fósseis , que impulsionam o aquecimento global, ainda superam os investimentos públicos e privados, do mundo inteiro, em medidas de adaptação e mitigação da crise climática
• É necessário aumentar de três a seis vezes o investimento médio anual do mundo em mitigação das mudanças do clima; países em desenvolvimento irão precisar de financiamento externo , e há recursos suficientes para que tudo isso aconteça

A próxima cúpula global das Nações Unidas para discussão das mudanças climáticas ocorrerá em novembro, em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos .

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