FOTO: Tita Barros/Reuters - 15.out.2024

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad

Fernando Haddad anunciou nesta quarta-feira (27) o aguardado pacote de cortes do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Entre as medidas estão a limitação de crescimento do salário mínimo, a restrição para o abono salarial, a criação de uma trava para elevação de emendas parlamentares e mudanças na aposentadoria de militares. 

Em cadeia nacional de rádio e TV, o ministro da Fazenda anunciou também a isenção de Imposto de Renda para pessoas físicas que ganham até R$ 5.000 a partir de 2026 (o aumento da isenção desagradou ao mercado e o dólar teve alta histórica, fechando o dia em R$ 5,91). 

Para compensar a isenção, Haddad propôs o aumento de impostos para os mais ricos. “Quem tem renda superior a R$ 50 mil por mês pagará um pouco mais. Tudo sem excessos e respeitando padrões internacionais consagrados”, disse o petista. As medidas vão agora ser analisadas pelo Congresso.

R$ 70 bilhões

é o montante dos cortes anunciados por Haddad em 2025 e 2026

O aumento da faixa com imposto zero foi uma promessa da campanha de Luiz Inácio Lula da Silva em 2022. Em 2023, ele já havia elevado o teto da isenção de R$ 1.903,98 para R$ 2.640, conforme o Nexo contou num Expresso. Em fevereiro, ele ampliou o valor: quem ganha até dois salários mínimos (que atualmente está em R$ 1.412) não precisa pagar o tributo.

O pacote de corte de gastos tenta adequar as despesas federais ao arcabouço fiscal, que limita as despesas do governo. 

A proposta de elevar o teto da isenção do IR será anunciada justamente para fazer um contraponto às medidas de contenção que serão detalhadas por Haddad, segundo o jornal Folha de S.Paulo.