Interativo

O que você sabe sobre a história da vida na Terra?

Mariana Vick

12 de outubro de 2024(atualizado 12/10/2024 às 20h52)

Neste quiz, o ‘Nexo’ testa seus conhecimentos sobre os 3,5 bilhões de evolução dos seres vivos, dos primeiros organismos à espécie humana

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FOTO: Tom Bayly/Wikimedia Commons - 02/06/2011Imagem de peixes marinhos com corais ao fundo. Existem cinco peixes na imagem: um grande e amarelo brilhante, um azul brilhante com nadadeira amarela e outros três em azul fosco. Eles estão em pontos distintos da imagem. Ao fundo, uma série de corais coloridos

A Terra tem 4,6 bilhões de anos. A vida, um pouco menos: 3,5 bilhões. A origem das primeiras moléculas, células e seres pluricelulares capazes de ações como se replicar, variar geneticamente, se nutrir e evoluir por seleção natural foi um evento imprevisível e singular da história do planeta, que transformou seu curso para sempre. 

Aves, répteis, anfíbios, bactérias, plantas e outros seres — como nós, os Homo sapiens — fazem parte da história da vida. Todos se conectam numa rede ampla e diversificada de relações, marcadas pela luta pela sobrevivência. Mesmo nas grandes adversidades que já atingiram a Terra, a vida resistiu — e assim deve seguir, até que um dia desapareça. 

Neste quiz, o Nexo faz dez questões sobre a história da vida na Terra,  de sua origem à sua provável extinção no futuro. As perguntas e respostas se baseiam em hipóteses amplamente aceitas na ciência sobre o passado da vida. Sempre pode haver divergências sobre alguns desses temas, mas, para evitar confusões, o texto não quis explorá-las.

1

Em qual momento a vida surgiu?

Resposta:

A vida surgiu no Pré-Cambriano, há cerca de 3,5 bilhões de  anos — período de que datam os primeiros fósseis de células. As células dessa época eram procarióticas (sem núcleo celular), viviam nos oceanos e formavam seres como arqueias e bactérias, como conta o livro “Evolução”, de Mark Ridley. Depois delas, surgiram as células eucarióticas (com núcleo), que deram origem a seres como as algas, e, mais tarde, vieram os seres pluricelulares, como medusas e vermes. Note que a data indicada nesta questão se refere ao início das primeiras células, não das primeiras formas de RNA ou DNA (prováveis primeiras moléculas da vida). Nem o RNA nem o DNA deixam fósseis, por isso, é mais difícil estimar a data de sua origem. Ainda assim, é improvável que eles tenham surgido antes de 4 bilhões de anos atrás.

2

Qual destes gases surgiu na atmosfera após o início da vida?

Resposta:

A atmosfera da Terra primitiva tinha pouco ou nenhum gás oxigênio (O2). Esse quadro começou a mudar apenas com a evolução da fotossíntese, há cerca de 2,5 bilhões de anos, no Pré-Cambriano. A fotossíntese é o processo no qual organismos obtêm da luz solar uma forma de energia capaz de abastecer seu metabolismo, liberando O2. Com o tempo, os seres fotossintetizantes ficaram tão abundantes que o gás se acumulou na atmosfera. Inicialmente, o O2 foi venenoso para muitos organismos que existiam; para os que sobreviveram, no entanto, ele mudou o curso da evolução. Surgiram, a certa altura, os seres com respiração aeróbia (baseada no O2), considerada mais eficiente, por exemplo. Também se formou a camada de ozônio (O3), que, ao interceptar a radiação solar ultravioleta, permitiu que, mais tarde, a vida saísse da proteção dos oceanos para a superfície terrestre.

3

O que foi a “explosão do Cambriano”?

Resposta:

A “explosão do Cambriano” foi o surgimento dos ancestrais dos principais grupos de animais da Terra, há cerca de 540 milhões de anos. Os seres da época incluem os chamados trilobitas, as pikaias e os límulos (que existem até hoje), todos marinhos. Há diferentes hipóteses para essa “explosão”. Uma delas é o possível aumento da produtividade dos fitoplânctons (seres fotossintetizantes), que teria gerado maior nível de oxigênio na atmosfera e suportado uma maior massa de animais. Outra hipótese tem relação com o provável surgimento de partes duras no Cambriano, que podem ter se tornado vantajosas para defesa. Vale destacar, nesse sentido, que a “explosão do Cambriano” é um evento fóssil (ou seja, identificado a partir de fósseis), e animais com esqueletos rijos ou conchas têm mais chances de deixar esses rastros do que os que só têm partes moles (e antes eram predominantes).

4

Quais foram os primeiros vertebrados?

Resposta:

Os peixes foram os primeiros vertebrados da história da vida. De acordo com o registro fóssil, eles se proliferaram no Ordoviciano, embora seus primeiros registros datem do Cambriano ou mesmo do Pré-Cambriano. Os vertebrados são animais com coluna vertebral, que hoje também incluem grupos como anfíbios, répteis, aves e mamíferos. As evidências fósseis indicam que eles migraram para os ambientes terrestres no Devoniano, há cerca de 360 milhões de anos, quando os primeiros ancestrais de anfíbios semelhantes a peixes invadiram a terra firme. Provavelmente, as plantas terrestres prepararam o caminho para esse momento, segundo o livro “Evolução”, de Mark Riley. A presença de espécies à beira dágua, junto com uma fauna de artrópodes associada a elas, teria levado os peixes a evoluir para explorá-las.

5

Em que momento surgiram as primeiras plantas terrestres?

Resposta:

As primeiras plantas terrestres surgiram no Ordoviciano, entre 488 e 444 milhões de anos atrás. Originadas de uma linhagem de algas verdes, elas eram briófitas — grupo das plantas terrestres mais simples, de porte baixo e avasculares (sem vasos condutores de água e nutrientes), que inclui os musgos. As primeiras plantas vasculares surgiram depois do Ordoviciano, no Siluriano, entre 444 e 416 milhões de anos atrás. Uma das espécies da época era a Cooksonia, variedade sem folhas de 50 cm. As plantas continuaram a evoluir no Devoniano — quando vieram as espécies de porte arbóreo — e no cretáceo — quando, há 125 milhões de anos, surgiram as primeiras plantas com flores, chamadas de angiospermas. Hoje essas plantas dominam a Terra. Sua proliferação se deve à coevolução com insetos polinizadores.

6

Quantas extinções em massa a Terra já teve?

Resposta:

A Terra já registrou cinco extinções em massa. “Extinção em massa” é o nome dado ao evento em que mais de 75% das espécies existentes “somem” do registro paleontológico. Esses eventos marcam transições entre períodos geológicos da Terra. A primeira extinção em massa ocorreu no Ordoviciano (488 a 444 milhões de anos atrás); a segunda, no Devoniano (416 a 359 milhões de anos atrás); a terceira, no Permiano (297 a 252 milhões de anos atrás); a quarta, no Triássico (252 a 201 milhões de anos atrás); e a quinta, no Cretáceo (145 a 65 milhões de anos atrás). Hoje se pergunta se a humanidade está causando a sexta grande extinção da história. Para o paleontólogo Henry Gee, em “Uma história (muito) curta da vida na Terra”, a taxa atual de extinção está alta, mas não se iguala à dos eventos anteriores.

7

O que provocou a extinção dos dinossauros?

Resposta:

A colisão de um asteroide causou a extinção dos dinossauros, no fim do Cretáceo, há 65 milhões de anos. A colisão do corpo celeste de 12 a 15 km de diâmetro teria levantado uma camada de poeira que teria bloqueado a luz do Sol e causado o resfriamento do planeta, entre outras alterações ambientais. Essas mudanças teriam provocado o fim dos dinossauros e de outras espécies, marcando a quinta extinção em massa da história. Algumas evidências que sugerem a ocorrência desse evento são: a) uma camada de irídio (metal raro na Terra, mas comum em alguns corpos celestes) em rochas do fim do Cretáceo; b) uma cratera na península de Yucatan, no México — onde o asteroide teria aterrissado —, formada no mesmo período; e c) o fim do registro fóssil dos dinossauros após essa época.

8

O que é falso sobre a evolução de répteis, aves e mamíferos?

Resposta:

Os répteis, mamíferos e aves têm várias características em comum. Os mamíferos, por exemplo, evoluíram dos répteis, numa série de pequenas mudanças, e seus fósseis mais antigos — como o chamado Megazostrodon — datam do Triássico, há cerca de 200 milhões de anos. Antes disso, no Permiano, entre 297 e 251 milhões de anos atrás, os répteis já haviam se diversificado. Um fato curioso sobre o grupo é que os dinossauros, um de seus principais representantes, dividem um ancestral recente com as aves, o que indica um parentesco próximo entre eles. Fósseis recentes mostram, inclusive, que alguns dinossauros tinham penas, que eles usavam para regular sua temperatura. A extinção dos dinossauros no fim do Cretáceo abriu espaço para a diversificação dos mamíferos na Terra.

9

Quantas espécies humanas já existiram?

Resposta:

Diversas espécies humanas já habitaram a Terra, embora hoje apenas o Homo sapiens esteja vivo. O mais antigo integrante do gênero Homo é o Homo habilis, grupo de indivíduos com cérebro maior que o nosso e já capaz de usar ferramentas de pedra, talvez há 2,5 milhões de anos. Outra espécie é o Homo erectus, primeiro hominídeo que saiu da África e colonizou a Ásia e a Europa. Alguns cientistas classificam as formas regionais do gênero Homo como espécies diferentes — por exemplo, na Europa haveria o Homo neanderthalensis —, enquanto outros as consideram subespécies do Homo erectus. Esses grupos conviveram no passado, junto com o homo sapiens. Há diferentes teorias sobre a origem dos humanos anatomicamente modernos. Os fósseis mais antigos de nossa espécie são africanos e têm mais de 100 mil anos.

10

Quando a vida será extinta?

Resposta:

Trabalhos citados em “Uma história (muito) curta da vida na Terra” estimam que a vida desaparecerá entre 900 milhões e 1,5 bilhão de anos no futuro. Esse cálculo se baseia em modelos do ciclo de carbono — considerado essencial para a vida na Terra, já que o carbono está em todas as moléculas orgânicas. Um bilhão de anos depois do fim da vida, os oceanos vão evaporar. Talvez a Terra seque e fique quente e deserta; talvez um novo efeito estufa derreta a superfície da crosta. Depois, o Sol se expandirá numa gigante vermelha, “fritando” e provavelmente consumindo o planeta. Nenhum de nós verá esses eventos: os Homo sapiens irão embora muito antes que o restante da vida terrestre — dentro de milhares de anos, de acordo com Henry Gee —, por perdas de habitat e falhas na renovação populacional.

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