Conheça o candidato do PL à Presidência da República
Ana Elisa Faria
19 de agosto de 2022(atualizado 28/12/2023 às 22h43)O ‘Nexo’ encerra as publicações das biografias dos postulantes ao Palácio do Planalto com este capítulo, que mostra a história de Jair Bolsonaro, atual presidente que tenta a reeleição
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O presidente brasileiro Jair Bolsonaro fala durante a cerimônia de lançamento do programa de crédito imobiliário no Palácio do Planalto em Brasília, Brasil, 20 de agosto de 2019
Jair Messias Bolsonaro é o candidato do PL à Presidência da República nas eleições de 2022. Nasceu em Glicério, no interior de São Paulo, em 21 de março de 1955. Tem, portanto, 67 anos.
É filho de Percy Geraldo Bolsonaro, que trabalhava como dentista mesmo sem diploma e morreu em 1995, e de Olinda Bonturi Bolsonaro, dona de casa que faleceu em janeiro de 2022, aos 94 anos. Tem cinco irmãos e cinco filhos, Flávio, Carlos, Eduardo, Renan e Laura, os três primeiros também com carreira na política. Desde 2007, é casado com a primeira-dama Michelle Bolsonaro , de 40 anos.
R$ 2.317.554,73
é o patrimônio declarado por Jair Bolsonaro ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) em 2022
Bolsonaro passou a infância em Eldorado, município do interior paulista a 250 km da capital. Lá, permaneceu até a adolescência, quando conheceu os militares mais de perto. Em 1970, tropas do Exército se instalaram na cidade atrás de Carlos Lamarca, um dos líderes guerrilheiros de oposição à ditadura militar.
Em 1977, formou-se pela Academia Militar das Agulhas Negras, no Rio de Janeiro. Por três anos, de 1979 a 1981, serviu ao Exército em Nioaque, no Mato Grosso do Sul. Depois, cursou educação física, até se formar, na Escola de Educação Física do Exército.
O candidato, então, se envolveu em episódios polêmicos que renderam a ele dois processos disciplinares. Documentos do STM (Superior Tribunal Militar) aos quais o jornal Folha de S.Paulo teve acesso mostram que Bolsonaro admitiu ter cometido atos de indisciplina e deslealdade em 1987. O processo tinha duas linhas de investigação: uma apurava o fato de Bolsonaro ter escrito um artigo para a revista Veja pedindo aumento de salário , sem autorização de seus superiores. Outra apurava seu envolvimento em um plano para explodir bombas em unidades militares do Rio, onde estava lotado.
Havia um clima de insatisfação dos militares com o governo da época, sob o comando de José Sarney. A categoria realizou uma série de manifestações para protestar por aumento salarial. Era esse o contexto quando Bolsonaro sofreu as acusações.
Em junho de 1988, porém, a maioria dos ministros do STM o considerou inocente da suspeita de que seria o autor do planejamento dos ataques nos quartéis, mas ainda assim ele ficou 15 dias detido em razão do artigo escrito para a revista.
No mesmo ano, Bolsonaro foi para a reserva do Exército, com a patente de capitão. Logo depois, ingressou na política.
O primeiro cargo eletivo que Jair Bolsonaro ocupou foi em 1989 como vereador do Rio de Janeiro, pelo PDC (Partido Democrata Cristão), mandato que não chegou a completar. Em dois anos na Câmara Municipal, teve atuação discreta .
Em 1990, Bolsonaro se afastou da função para se candidatar a deputado federal. Usando sua condição de militar da reserva e com discurso conservador, foi eleito e, a partir dali, permaneceu em Brasília por mais outras seis legislaturas: de 1995 a 2018. No ano de 2014, foi o candidato mais votado do Rio de Janeiro, com cerca de 464 mil votos.
Em 27 anos como deputado federal, Bolsonaro foi autor de 162 projetos de lei, segundo o portal da Câmara. Dois foram aprovados. Um deles estabelecia a prorrogação de benefícios fiscais ao setor de informática. Já o outro autorizava o uso da fosfoetanolamina, mais tarde conhecida como “pílula do câncer”, cujos resultados nunca foram cientificamente comprovados.
O presidenciável foi alvo de ações ligadas a declarações públicas. Em 2019, por ordem judicial , Bolsonaro foi obrigado a publicar uma mensagem de retratação à deputada federal Maria do Rosário (PT) por ter dito, em 2014, que ela “não merecia ser estuprada” .
Com declarações assim, no entanto, Bolsonaro construiu sua imagem. Em 1999, disse que era preciso “matar 30 mil” para solucionar problemas do Brasil que, segundo ele, o voto não soluciona. Já disse que Vladimir Herzog cometeu suicídio , encampando a versão dos militares para o assassinato do jornalista nos porões da ditadura. A defesa desse regime, aliás, sempre esteve presente no discurso do candidato à reeleição.
Em abril de 2017, o ainda deputado federal disse que os quilombolas (descendentes de escravos que vivem em remanescentes de quilombos) “não serviam nem para procriar” . O grupo mais atacado pelos comentários de Bolsonaro, que já disse se orgulhar por ser preconceituoso , são os homossexuais. O presidenciável afirmou que seria incapaz de amar um filho gay e já disse que se visse dois homens se beijando na rua, agrediria o casal.
As falas extremistas o fizeram cair nas graças do eleitorado conservador. É chamado de “mito” por seus eleitores cativos – apelido que ganhou pela personalidade explosiva e por não ter “papas na língua” ao dizer o que pensa.
Apesar de toda a experiência no meio político, o ex-parlamentar ainda se apresenta como um “ponto de inflexão” na política brasileira, sobretudo depois que denúncias de corrupção reveladas pela Lava Jato fragilizaram boa parte dos representantes de partidos tradicionais. Bolsonaro não foi alvo da operação e até hoje usa esse fato como trunfo. Apesar disso, suas atitudes já sofreram outros questionamentos.
Uma reportagem do jornal Folha de S.Paulo de dezembro de 2017 revelou que o então deputado empregou a atual esposa , Michelle, no próprio gabinete por um ano e dois meses, na Câmara dos Deputados, e ainda teria sido promovida nesse período. Ela foi contratada em 2007 e promovida dois dias depois que começou a trabalhar. Em 2008, foi exonerada, após o STF (Supremo Tribunal Federal) ter manifestado o entendimento de que nepotismo seria tratado como uma prática proibida pela Constituição.
Outro questionamento de sua conduta como congressista ocorreu quando foi noticiado que Bolsonaro recebia auxílio-moradia , mesmo tendo imóvel próprio em Brasília. O benefício é pago a deputados que não ocupam apartamentos funcionais no Distrito Federal e pode ser recusado pelo parlamentar. Além do apartamento em Brasília, a família Bolsonaro tem outros tantos imóveis , segundo reportagem publicada em janeiro de 2018 pelo jornal Folha de S.Paulo.
O crescimento do patrimônio de Jair Bolsonaro e sua família ao longo da vida pública também já levantou indagações. Seu filho Flávio Bolsonaro foi investigado por suspeitas de rachadinha, esquema caracterizado pela devolução de parte dos salários de assessores para determinado parlamentar ou secretário a partir de um acordo, ou então como exigência para a função. As suspeitas envolveram funcionários que também passaram pelo gabinete de Jair Bolsonaro enquanto deputado.
Jair Bolsonaro é Presidente do Brasil e candidato à reeleição pelo PL. Na imagem, ele e sua esposa Michelle Bolsonaro estão no primeiro comício de campanha em Juiz de Fora
No currículo partidário, Bolsonaro tem passagem por nove siglas . São elas:
Começou a trajetória política no PDC, pelo qual foi eleito vereador da cidade do Rio de Janeiro. Até chegar ao PP, partido em que permaneceu por mais tempo, Bolsonaro passou por uma série de legendas, pulando de uma para a outra.
No PP, que integra o chamado centrão, ficou filiado por 11 anos. Ao anunciar que sairia do partido em 2016, o então deputado federal disse que não conseguiria “realizar seus sonhos políticos” ali. Ele se referia à ambição de se tornar presidente da República.
Achou que encontraria espaço no PSC. Na legenda, Bolsonaro tentaria colocar de pé a candidatura à Presidência nas eleições de 2018. Seu radicalismo político, porém, desgastou a relação com dirigentes do partido, o que o motivou a sair.
Em 7 de março de 2018, filiou-se ao PSL com o objetivo de concorrer ao Palácio do Planalto. Desde que chegou à nova casa, enfrentou resistências internas por causa do perfil irredutível. O ingresso do ex-parlamentar, aliás, provocou uma debandada de dirigentes ligados ao Livres, grupo de filiados que ajudava a reconstruir o PSL, que afirmaram ser contra o poder que o até então deputado passaria a ter dentro da legenda. O desgaste causado pela entrada de Bolsonaro também motivou uma rebelião de dirigentes regionais da sigla em pelo menos dez estados, entre eles Minas Gerais, o segundo maior colégio eleitoral do país.
Na esteira do sucesso do discurso antissistema de Jair Bolsonaro, que foi eleito presidente do país no pleito de 2018, o PSL saiu grande das urnas, elegendo 52 deputados, quatro senadores e três governadores – anteriormente, o partido reunia apenas três deputados federais eleitos.
Quase um ano após a vitória de Bolsonaro e a grande ascensão no Congresso, o PSL foi alvo do escândalo dos laranjas e de uma série de crises causadas por disputas internas de poder, sobretudo entre Bolsonaro e o presidente do partido, Luciano Bivar, que hoje integra o União Brasil, nascido da fusão do PSL com o DEM (Democratas).
Jair Bolsonaro, então, deixou o PSL no fim de 2019 e ficou sem legenda até novembro de 2021, quando se filiou ao PL , voltando assim ao chamado centrão e abraçando a “velha política” – em 2018, Bolsonaro foi eleito com um discurso público que era sustentado em alguns pilares, como o fim da “velha política” e do “toma-lá-dá-cá” no Congresso. Antes de se juntar à sigla comandada por Valdemar da Costa Neto, ele até chegou a tentar criar o próprio partido, o Aliança pelo Brasil , mas a iniciativa não saiu do papel.
O ex-deputado pautou sua campanha ao Palácio do Planalto em 2018 a partir de um discurso conservador, de extrema direita , e antipetista. Nos costumes, defendia a manutenção da família tradicional, se posicionando também contra o casamento entre pessoas do mesmo sexo, além de valorizar a importância da religião. Com formação católica e casado com uma evangélica, Bolsonaro já fez uma série de comentários públicos considerados homofóbicos e racistas.
Quando se filiou ao PSL, o então parlamentar disse que ser gay “não é normal”. Em várias ocasiões, se colocou contra a legalização das drogas no país. Ele já afirmou, ainda, ser contrário à liberação do aborto no Brasil – atualmente, a prática só é permitida em casos de anencefalia do feto, estupro ou se a gestação oferecer riscos à mãe.
Conforme a campanha avançava, o tom agressivo nos discursos foi aumentando gradualmente. Bolsonaro chegou a falar em “fuzilar a petralhada” e “varrer do mapa” os oponentes.
Ainda durante a corrida presidencial, em 6 de setembro de 2018, dois dias antes do primeiro turno, Bolsonaro foi atacado com uma facada na barriga por Adélio Bispo quando participava de um comício nas ruas de Juiz de Fora, Minas Gerais. O então candidato passou quatro dias na UTI e se ausentou dos debates da reta final da campanha. Bispo foi preso e as investigações concluíram que ele agiu sozinho, mas Bolsonaro e seus apoiadores mantêm aceso o discurso , sem nenhuma evidência, de que Bispo fazia parte de algum tipo de complô maior , ligado às esquerdas.
“Seria incapaz de amar um filho homossexual. Não vou dar uma de hipócrita aqui: prefiro que um filho meu morra num acidente do que apareça com um bigodudo por aí. Para mim ele vai ter morrido mesmo”
Eleito o 38º presidente do Brasil em 28 de outubro de 2018, com 55,13% dos votos válidos, contra 44,87% do petista Fernando Haddad, Jair Messias Bolsonaro tomou posse em 1º de janeiro de 2019. No discurso que fez no parlatório do Palácio do Planalto, já com a faixa presidencial a tiracolo, levantou as bandeiras de sempre, de ataque à esquerda, contra “a ideologização de nossas crianças” e o “desvirtuamento dos direitos humanos”.
“Me coloco diante de toda a nação neste dia, como o dia em que o povo começou a se libertar do socialismo, da inversão de valores, do gigantismo estatal e do politicamente correto. (…) Não podemos deixar que ideologias nefastas venham a dividir os brasileiros. Ideologias que destroem nossos valores e tradições, destroem nossas famílias, alicerce da nossa sociedade”
No primeiro ano do mandato de Bolsonaro , eixos centrais da plataforma que o elegeram perderam espaço. São os casos da pauta anticorrupção e da liberalização da economia.
A primeira enfraqueceu após a saída de Sergio Moro do Ministério da Justiça, em abril de 2020, e os sucessivos escândalos envolvendo a família Bolsonaro. A segunda está em compasso de espera depois da aprovação da reforma da Previdência em 2019 – as reformas administrativa e tributária estão travadas e as privatizações defendidas pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, não engrenaram o bastante. A Eletrobras foi a primeira grande estatal a ser vendida , em junho de 2022, após quase quatro anos de governo.
Ainda na área econômica, o governo Bolsonaro sofre com a taxa de desemprego que, entre altas e baixas nos últimos anos, recuou, mas atingiu, em agosto de 2022, o patamar de 9,3% na média nacional, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Outra característica central da gestão do presidente Bolsonaro é uma ação paralela dentro da máquina pública . Algumas das crises que marcam seu mandato refletem esse modo de operar. Logo em 2019, veio à tona o chamado “gabinete do ódio” , estrutura à parte da Secretaria de Comunicação do governo. Nessa configuração, um grupo de assessores focados em redes sociais e na gestão de páginas da família Bolsonaro direcionava ataques a adversários políticos e difundia desinformação.
No campo da saúde, desde o início da crise sanitária, em março de 2020, Bolsonaro minimizou e desdenhou a gravidade da covid-19, aglomerou pessoas em eventos oficiais pelo Brasil, sabotou o isolamento social em prol da economia, questionou sem base científica o uso de máscaras, defendeu e financiou medicamentos sem eficácia, desestimulou e atrasou a vacinação da população. Internacionalmente, o país é visto como um mau exemplo na pandemia, que já vitimou por aqui mais de 680 mil pessoas .
A crise pandêmica também teve falta de oxigênio em estados como Manaus, suspeita de pagamento superfaturado para produção de cloroquina, suspeitas de propina na compra tardia de vacinas e a descoberta de um “ministério paralelo” da Saúde , formado por um grupo de médicos e empresários que não atuavam oficialmente no governo e defendiam práticas como o uso de remédios ineficazes contra a covid. Esses casos foram investigados e documentados pela CPI da Covid .
Em contrapartida a tantos casos negativos, Bolsonaro conseguiu manter sua base mais fiel ativa. Além das usuais bandeiras nos costumes (como o discurso antiaborto e o armamentismo), o presidente encontrou no choque com outros atores políticos e institucionais uma forma de segurar seus seguidores eletrizados. Em 2020, por exemplo, teve embates com governadores em torno da gestão do combate à pandemia, com destaque para João Doria (PSDB) que, na época, governava São Paulo.
Para se blindar de pedidos de impeachment e criar alguma governabilidade, o líder do Executivo se aliou aos partidos do centrão no Congresso. Antes crítico do diálogo com as siglas conhecidas pelo fisiologismo político, o presidente passou a entregar cargos e emendas parlamentares.
O terceiro ano de governo, 2021, revelou a distribuição de verbas a parlamentares aliados por meio do orçamento secreto , também descrito como um orçamento “paralelo”, mantido com o uso das emendas do relator. Pouco transparente por não explicitar os deputados e senadores que indicam a destinação da verba, o instrumento deu aos congressistas e ao presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP), poder de decisão sobre uma ampla parcela do Orçamento público .
Dois mil e vinte e um também foi marcado pelos ataques diretos de Jair Bolsonaro às instituições e aos membros do STF, como no discurso que fez no feriado de 7 de setembro em São Paulo. Ele incitou seus apoiadores contra a Corte, xingou de “canalha” o ministro Alexandre de Moraes e ainda pediu a saída do magistrado.
“Qualquer decisão do senhor Alexandre de Moraes, este presidente não mais cumprirá. A paciência do nosso povo já se esgotou. Ele tem tempo ainda de pedir o seu boné e ir cuidar da sua vida. Ele, para nós, não existe mais! Liberdade para os presos políticos! Fim da censura! Fim da perseguição àqueles conservadores, àqueles que pensam no Brasil”
Para aplacar a crise institucional que tomou conta dos dias seguintes às ameaças golpistas de Bolsonaro, ele precisou contar com a ajuda do ex-presidente Michel Temer (MDB). O emedebista, então, sugeriu que Bolsonaro divulgasse uma “declaração à nação” , quase que um pedido de desculpas pelas ameaças que o sucessor havia feito à mais alta corte brasileira. Também colocou o presidente para falar por telefone com o próprio Moraes, principal alvo da investida autoritária.
A crise mais recente, em 2022, expôs o Ministério da Educação. Segundo revelações dos jornais Estado de S. Paulo e Folha de S.Paulo, pastores ligados ao agora ex-ministro Milton Ribeiro, mas sem cargos públicos, intermediaram o envio de verbas federais da área a prefeituras. A priorização acontecia, segundo um áudio vazado de Ribeiro, a pedido de Bolsonaro. Um dos envolvidos, o religioso Arilton Moura, pediu pagamento de propina em ouro para liberar recursos, segundo um prefeito.
Um inquérito foi aberto no âmbito do STF, a pedido da Procuradoria-Geral da República, para investigar as suspeitas. Ribeiro negou favorecimentos e disse que fez uma denúncia à Controladoria-Geral da União sobre os pastores. Também refutou que Bolsonaro tenha pedido atendimento preferencial para as prefeituras ligadas a religiosos.
DISCURSO POLÊMICO E AUTORITÁRIO
As declarações polêmicas e as investidas autoritárias do atual ocupante da Presidência da República geram dois efeitos: criam uma espécie de teto para o candidato à reeleição , pois agradam a parte do eleitorado que já votou e segue votando nele, e aumenta a rejeição que Bolsonaro tem de eleitores moderados. De acordo com o Datafolha mais recente, divulgado em 18 de agosto de 2022, ele é o candidato mais rejeitado deste pleito – 51% dos participantes da pesquisa disseram que não votam em Jair Bolsonaro, enquanto o líder em intenções de voto, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), tem 37% de rejeição.
O BAIXO APOIO FEMININO
Incontáveis declarações machistas feitas por Bolsonaro no passado e recentemente, durante o mandato como presidente, fizeram dele um candidato com baixo apoio de mulheres à sua candidatura. Em recente entrada na campanha, a primeira-dama Michelle Bolsonaro tenta conquistar para o marido votos femininos entre evangélicas.
FOME E POBREZA
Aproximadamente, 33,1 milhões de brasileiros passam fome no país em 2022, ou seja, estão sujeitos à insegurança alimentar grave, patamar similar ao da década de 1990. O número, que quase dobrou em relação a 2020, equivale a 15,2% da população do Brasil. A pobreza também bateu recordes neste ano, atingindo quase 20 milhões de brasileiros. Segundo o levantamento mais recente do Datafolha , Bolsonaro tem apenas 23% das intenções de voto entre os eleitores mais pobres, aqueles que ganham até dois salários mínimos. Lula, por sua vez, tem 55%.
TEM A MÁQUINA NA MÃO
Apesar de ter a menor aprovação entre candidatos à Presidência que já buscaram a reeleição, com 28% – ante 39% de Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e 45% de Lula, no mesmo período eleitoral –, Bolsonaro tem a máquina pública nas mãos durante a campanha, o que dá a ele possíveis vantagens, como aumentar o valor de benefícios sociais.
PACOTE DE BONDADES
Criado às vésperas das eleições, pela chamada PEC (Proposta de Emenda à Constituição) Kamikaze, o “pacote de bondades” apresentado pelo governo Bolsonaro aumentou o Auxílio Brasil para R$ 600, além de um benefício aos caminhoneiros, que receberão duas duas parcelas de R$ 1.000. O custo estimado do projeto aprovado, R$ 41,2 bilhões, já estoura o teto de gastos, regra que limita as despesas governamentais.
ELEITORADO EVANGÉLICO
Jair Bolsonaro lidera as pesquisas no segmento evangélico, fatia do eleitorado sempre disputado nos pleitos. No Datafolha divulgado em 18 de agosto de 2022, o presidente apareceu com 49% das intenções de voto entre esse público, contra 32% de Lula.
Walter Souza Braga Netto , general da reserva e ex-ministro da Casa Civil e da Defesa, é o vice da chapa puro-sangue do PL, encabeçada pelo atual titular do Planalto, Jair Bolsonaro, que tenta a reeleição no pleito de 2022.
De acordo com a CNN, “lealdade” e “confiança” foram os critérios utilizados para a escolha de Braga Netto pelo chefe do Executivo.
Netto nasceu em Belo Horizonte, Minas Gerais, em 11 de março de 1957. Tem, portanto, 65 anos. Ingressou no Exército em 1975, na Academia Militar das Agulhas Negras, no Rio de Janeiro. É doutor em política, estratégia e alta administração pela Escola de Comando e Estado-Maior do Exército. No seu currículo constam ainda uma pós-graduação pela Fundação Getúlio Vargas e pela ENAP (Escola Nacional de Administração Pública), e cursos de operações na selva e de emprego de blindados.
Em 47 anos de atividade, desempenhou funções na Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República e em unidades fora do país, como observador militar das Nações Unidas no Timor Leste, e como adido de Defesa e do Exército junto à Embaixada do Brasil na Polônia, em 2007, e depois nos EUA e no Canadá, em 2011.
Também já foi o responsável pelo CML (Comando Militar do Leste) e ocupou o cargo de coordenador-geral da assessoria especial para os Jogos Olímpicos e Paralímpicos em 2016. No último dia do governo de Michel Temer, em 31 de dezembro de 2018, Netto foi nomeado interventor federal na segurança no Rio de Janeiro, função que tinha como objetivo combater o crime organizado e reestruturar a polícia do estado.
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