FOTO: Rafael Neddermeyer/Agência Brasil

Implante hormonal conhecido como ‘chip da beleza’

Os chamados ‘chips da beleza’ são implantes hormonais manipulados que começaram a ser prescritos a mulheres no início da década de 2020, prometendo ganhos estéticos, como o aumento de massa muscular e redução de gordura corporal, e o combate a sintomas da menopausa, como fadiga e perda de libido.

De modo geral, os ‘chips’ são produzidos por farmácias de manipulação que inserem uma composição de hormônios masculinos como gestrinona, testosterona e oxandrolona em uma cápsula de silicone.

O implante é então inserido no braço ou no glúteo das pacientes, liberando aos poucos no organismo essas substâncias que são classificadas como anabolizantes pelas autoridades sanitárias brasileiras. 

Os efeitos colaterais dos implantes não demoraram a ser notados. Influenciadoras e celebridades começaram a divulgar imagens e relatos de acnes, alopécia, insônia e agitação. 

No fim de 2023, o Conselho Federal de Medicina publicou uma resolução proibindo terapias hormonais, como os “chips da beleza”. A norma prevê a penalização de médicos que prescreverem os implantes ou promoverem cursos sobre a sua aplicação. 

Em outubro de 2024, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) atendeu a um pleito de entidades médicas e emitiu uma resolução proibindo a venda, manipulação e publicidade dos chamados chips da beleza.

Entre os riscos associados ao uso dos implantes divulgados pela Anvisa, estão:

• elevação do colesterol e dos triglicerídios no sangue
• hipertensão arterial
• AVC (acidente vascular cerebral)
• arritmia cardíaca

“Esses implantes têm sido associados a termos como ‘alta tecnologia’ e moderno’. Mas estão relacionados a um comércio antiético com objetivo de lucro”

Karen Weberich Goulart

endocrinologista, em evento promovido pelo Senado Federal em março de 2023